A inversão dos polos magnéticos da Terra está mais que atrasada (e não estamos preparados)

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NASA

O campo magnético da Terra está em constante mudança, e ciclicamente, a cada 200 ou 300 mil anos, os polos magnéticos da Terra invertem-se. Estatisticamente, a próxima inversão já está mais do que atrasada.

Os polos magnéticos de Terra podem inverter-se a qualquer instante. E embora não seja já “amanhã”, a inversão está “atrasada” — podendo ter início a qualquer instante.

O primeiro alerta foi lançado em 2017 pelos geofísicos britânicos Phil Livermore e Jon Mound, investigadores e professores da Universidade de Leeds, no Reino Unido: os polos magnéticos da Terra podem inverter-se a qualquer instante.

Apesar de a próxima inversão não ter propriamente data marcada, já está “atrasada” — e quando acontecer, alertam os cientistas, não só não estamos preparados como a a vida como a conhecemos poderia mudar para sempre.

A história da Terra regista centenas de inversões magnéticas globais, nas quais os polos magnéticos norte e sul trocaram de lugar.

Nos últimos 20 milhões de anos, os polos magnéticos da Terra inverteram-se a cada 200.00 a 300.000 anos. A última inversão total, a que os cientistas deram o nome de  inversão de Brunhes-Matuyama, ocorreu há cerca de 780.000 anos.

A última inversão temporária, o evento Laschamps, ocorreu há cerca de 41 mil anos, e durou menos de 1.000 anos – sendo que a mudança real da polaridade durou cerca de 250 anos. Segundo um estudo publicado o ano passado na revista Science, este evento provocou uma crise ambiental global.

De acordo com um outro estudo, publicado também o ano passado na mesma revista científica, o fim dos Neandertais pode estar relacionado com uma inversão dos pólos magnéticos da Terra, a que a equipa de cientistas chamou “Evento Adams“, e que terá ocorrido há 42.000 anos.

Embora estas inversões de polaridade não sejam incomuns, a próxima inversão terá sérias complicações para a Humanidade – até porque da última vez não estávamos cá. O problema é que, estatisticamente, está na altura de ocorrer a próxima inversão.

Em 2018, ara tentar determinar com exatidão se a inversão está iminente ou não, cientistas observaram imagens de satélite e fizeram cálculos complexos para estudar a deslocação do campo magnético.

Na sequência dessa investigação, contou o Futurism, os cientistas descobriram que o ferro fundido e o níquel estão a drenar energia do dipolo na borda do núcleo da Terra, onde é gerado o campo magnético do planeta. Além disso, descobriram que o polo magnético norte é especialmente turbulento e imprevisível.

Se os blocos magnéticos se tornam suficientemente fortes para enfraquecer o dipolo, os polos invertem de posição. Mas, embora não seja certo que os polos se invertam já, esta atividade demonstra que a inversão não tardará a acontecer – e isso poderá afetar drasticamente as nossas vidas.

Não estamos preparados

O campo magnético da Terra protege o planeta dos raios solar e cósmico. Quando os polos trocam, este “escudo protetor” pode diminuir até um décimo a sua capacidade protetora. Apesar de poder demorar séculos, as radiações acabariam por atingir a superfície Terra, tornando as regiões inabitáveis e causando extinção de espécies.

Mas, antes de isso acontecer, o enfraquecimento do campo magnético causaria danos nos satélites em órbita, causados pela exposição à radiação. Estes danos poderiam afetar os sistemas que controlam as redes elétricas, e, por sua vez, levar a apagões mundiais que, segundo os especialistas, poderiam durar décadas.

Numa era em que dependemos da tecnologia, a vida como a conhecemos mudaria para sempre. Sem redes elétricas funcionais, deixaríamos de conseguir usar telemóveis, máquinas, ou eletrodomésticos.

Estas consequências, já de si assustadoras, seriam catastróficas por exemplo nos hospitais, locais no qual milhares de vidas ficariam em risco.

A tecnologia GPS também seria ameaçada. Para além de nos dificultar a vida na hora de nos deslocarmos de carro, afetaria em grande escala as operações militares.

Provavelmente, deixaríamos de ter internet e ficaríamos impedidos de ler esta notícia e partilhá-la com os amigos no Facebook (alquela coisa que existia antes do Grande Apagão).

Apesar de esta parecer a descrição devastadora de mais um apocalipse improvável ou longínquo, reconhecer antecipadamente a possibilidade e consequências de uma inversão, e estarmos preparados, poderá na realidade ser a nossa “salvação”.

As empresas de satélites, por exemplo, poderão começar a colaborar entre si, de forma a melhorar os satélites, tornando-os capazes de lidar com uma inversão de polo ou criando novos satélites mais eficazes no que diz respeito ao suporte de radiação extrema.

Também os governos, as comunidades e as empresas poderiam unir forças e precaverem-se, através de planos de ação – assegurando antes de mais que a sociedade está devidamente informada, para que não haja pânico generalizado, e as pessoas saibam como agir.

E pelo sim pelo não, está na altura de recordar como é que se faz fogo com dois pauzinhos.

ZAP // /

4 Comments

  1. Não percebo como é que o evento Laschamps ocorreu há 41 mil anos e o Adams há 42 mil, portanto só com mil anos de intervalo…há aqui qualquer coisa que não bate certo.
    Quanto ao futuro, bem, é só mais uma das possíveis catástrofes que ameaçam a nossa existência (a somar ao holocausto nuclear, ao impacto de asteróides, aos sismos e vulcões, aos desastres climáticos, a uma invasão alienígena…), portanto, don’t worry be happy…

  2. O dia-a-dia de muita gente, já é uma catástrofe pegada! Estas notícias catastrofistas são um excelente caldo para os vigaristas sacarem dinheiro aos incautos. Atenção se aparecer alguém a vender um aparelho que impede o plante de inverter a polaridade em sua casa. Não compre…

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