A Interpol está a precisar de ajuda: quer resolver 46 casos arquivados de mulheres mortas

O processo Rita Roberts pode ter sido o primeiro de muitos casos em que os cidadãos ajudam a Interpol a resolver estes mistérios.

A Interpol é a Organização Internacional de Polícia Criminal. Uma organização internacional que facilita a cooperação entre polícias de muitos países, que controla o crime a nível mundial.

Supostamente nunca precisaria da ajuda de um cidadão comum – mas é precisamente isso que está a fazer. Para casos arquivados.

A Interpol quer identificar 46 mulheres desaparecidas em seis países europeus: Bélgica, Países Baixos, Alemanha, França, Itália e Espanha. Terão sido assassinadas, pelo menos a maioria.

O canal Euronews explica que, quer a organização, quer as respectivas polícias nacionais, já tentaram tudo para encontrar essas mulheres: análises de ADN e dados biométricos a exames de ressonância magnética, além de inteligência artificial.

Mas agora surge a segunda edição da campanha ‘Identifique-me’. Qualquer cidadão pode ajudar, mesmo que seja com uma informação que pense ser insignificante – mas que pode ser essencial num caso arquivado.

“Quer se trate de uma memória, de uma dica ou de uma história partilhada, o mais pequeno pormenor pode ajudar a descobrir a verdade. Esta pode ser a chave para desvendar um nome, um passado e para fazer justiça há muito esperada”, justificou o secretário-geral da Interpol, Jürgen Stock.

François-Xavier Laurent, da unidade de ADN da Interpol, revelou que as dicas mais frequentes dos cidadãos são: pessoas próximas de um desaparecido que vêem uma fotografia de um objecto ou do rosto de alguém e acham que pode ser o desaparecido; quem não conhece, mas tenta ajudar a polícia ou acha que encontrou uma pista; outras são dicas sobre, por exemplo, o local onde compraram um objecto igual ao que está na imagem.

E a Interpol quer ouvir toda a gente: “Não hesitem em contactar-nos com quaisquer pistas, porque analisamos todas as mensagens e acreditamos realmente que o cidadão comum pode ajudar-nos a encerrar alguns destes casos”, assegurou François-Xavier Laurent.

O caso Rita Roberts

Não são casos fáceis. Algumas vítimas ficaram tão desfiguradas que até foi complicado conseguir publicar uma imagem decente – nesses casos foram publicadas fotografias de objectos encontrados junto aos corpos.

Um desses sinais foi uma tatuagem. A tatuagem de Rita Roberts, que estava desaparecida há mais de 30 anos.

Tinha saído do País de Gales para a Holanda e deixou de escrever à família em 1992 – que no início nem deu muita importância.

Mas, meses depois, começou uma investigação porque o silêncio já durava há demasiado tempo. Passaram-se anos e anos e… silêncio. Nenhuma conclusão. Rita estava mesmo desaparecida.

Foi já em 2023 que surgiu a tal iniciativa da Interpol, a “Identifique-me”, que tornou públicos 22 casos de mulheres mortas não identificadas.

Passaram apenas dois dias e surgiu uma tatuagem de uma rosa que serviu para, mais tarde, identificar o corpo de Rita Roberts. Tinha sido violentamente assassinada, o corpo foi localizado na altura pelas autoridades, mas não tinham conseguido identificar a pessoa devido, precisamente, ao estado do seu rosto.

ZAP //

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