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A Internet faz 29 anos (mas só metade do mundo tem acesso)

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Tim Berners-Lee, inventor da World Wide Web, alertou que metade da população deverá estar ligada à Internet ainda este ano, mas que o acesso global só estará completo em 2042.

No dia em que a World Wide Web completa 29 anos de existência, o seu criador lançou um alerta global para os principais desafios que a Internet ainda tem pela frente.

Numa carta a que o Correio da Manhã teve acesso, Tim Berners-Lee congratula o facto de metade da população ter acesso à Internet, mas avisa que esta divisão está a agravar as desigualdades sociais. “Se não investirmos seriamente para acabar com este fosso, só em 2042 todos estarão ligados e uma geração inteira terá ficado para trás”, avisa.

O cientista britânico considera que estas desigualdades representam uma séria ameaça global. A falta de acesso afeta sobretudo o género feminino, habitantes de zonas rurais e de países menos desenvolvidos.

“Estar offline hoje é estar excluído das oportunidades de aprender e ganhar, de ter acesso a serviços importantes e de participar no debate democrático”, afirma.

A Fundação Web, uma organização que promove o desenvolvimento e acesso da Internet no mundo, foi criada por Berners-Lee e trabalha com a ONU. No ano de 2016, a ONU declarou o acesso à internet um direito humano, ao nível da água potável, eletricidade, habitação e alimentação.

Está associada à Aliança para uma Internet Acessível – Alliance for Affordable Internet, que declarou que todas as pessoas deveriam ter pelo menos um gigabyte de dados móveis, cujo custo ainda é primitivo para muitas pessoas no mundo.

“O problema é que nem todos os atores nesta área estão a fazê-lo com a rapidez necessária e a tratar dos temas necessários para que o acesso não só aumente, mas seja também equitativo”, afirmou à Lusa a diretora executiva da Aliança, Sónia Jorge.

A diretora sublinhou que a igualdade digital está ligada à inclusão de diferentes estratos sociais e género para que beneficiem das oportunidades da sociedade digital. “Não é só dar acesso, mas dar um acesso que depois facilite oportunidades e benefícios de forma igual para todas as populações e regiões”, disse.

Em vez de completar o acesso universal à Internet em 2042, o objetivo é que este possa ser feito antes e sem grandes diferenças. “Os desafios que temos de abordar não só são desafios do nosso setor, mas são desafios a nível de desenvolvimento global“, argumentou.

Barners-Lee mantém debaixo de olho políticas e modelos de negócio que promovam o acesso da Internet aos mais pobres, nomeadamente soluções de acesso público, como redes comunitárias e iniciativas públicas de internet sem fios, de ações de formação dedicadas a mulheres, contrariando o domínio de certas plataformas.

Além do controlo que exercem sobre a circulação de informação e ideias, há plataformas que usam a sua posição para travar a concorrência. No entanto, o britânico reconhece que algumas empresas, nomeadamente o Twitter e o Facebook, estão a tentar reagir, embora em conflito com a própria política de produzir lucro.

“Um quadro legal ou regulamentar que responda por objetivos sociais poderia ajudar a aliviar essas tensões”, sugere. Por outro lado, questiona o modelo de negócio predominante da economia digital, que depende da publicidade para criar receitas, apelando à criatividade.

Quero que a Web espelhe as nossas esperanças e concretize os nossos sonhos, em vez de ampliar os nossos medos e de aprofundar as nossas divisões”, escreve Berners-Lee.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Mas que grande confusão que por aqui vai…

    ZAP, Tim Berners-Lee não inventou a internet. A internet é um sistema global de computadores interligados em rede, e foi inventada nos EUA, tendo nascido a partir de um projeto militar, o ARPANET.

    O que Tim Berners-Lee inventou foi a World Wide Web, ou seja, o conceito de sites web acessíveis através de URLs, com cross-linking entre sites.

    A World Wide Web é uma aplicação sobre a internet, tal como o é o Email.

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