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Inteligência artificial pode ajudar operações a cancro no cérebro

A Inteligência Artificial (IA) pode permitir uma análise “quase em tempo real” de um tumor no cérebro durante a operação para o remover, ajudando os cirurgiões de forma mais “segura e precisa”, indica um estudo esta segunda-feira divulgado.

A ferramenta, testada por uma equipa de investigadores norte-americanos, pode dizer em menos de dois minutos e meio se as células removidas são cancerígenas ou não, contra 20 a 30 minutos de uma análise convencional, segundo um artigo publicado esta segunda-feira na revista Nature Medicine.

Os investigadores combinaram uma técnica de imagem a laser inovadora com um algoritmo baseado na análise de mais de 2,5 milhões de imagens de biopsias.

“Com esta ferramenta estamos mais bem equipados para conservar os tecidos saudáveis e apenas remover os tecidos contaminados pelas células cancerígenas, o que se traduz por menos complicações e por melhores resultados para os doentes com cancro”, disse o neurocirurgião Daniel Orringer, da Universidade de Nova Iorque, citado pela agência de notícias AFP.

De acordo com o especialista, “em neurocirurgia e em muitos outros domínios da cirurgia dos cancros a deteção e o diagnóstico de tumores durante a operação são essenciais para fazer o procedimento cirúrgico mais apropriado”.

A partir da amostra colhida o programa permite dizer que tipo de tumor se trata, entre os 10 tipos mais comuns de cancro no cérebro, com uma eficácia comparável à dos médicos patologistas, segundo o estudo.

Num ensaio clínico que incluiu 278 doentes com tumor cerebral, a ferramenta de IA estabeleceu um diagnóstico correto em 94,6% dos casos, contra 93,9% da análise humana. “De forma surpreendente, em todos os casos em que os patologistas se enganaram o nosso algoritmo estava certo, e em todos os casos em que o algoritmo se enganou os patologistas estavam certos”, observou Orringer.

Segundo os autores da investigação, a ferramenta poderia melhorar a pertinência da análise humana e superar a falta de especialistas em locais onde eles não são suficientes.

// Lusa

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