Investigadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte desenvolveram uma nova técnica para proteger eletrónicos da tecnologia de exploração militar e espacial da radiação ionizante. A nova abordagem é mais económica do que as técnicas existentes – e o ingrediente secreto é a ferrugem.
Proteger os astronautas de raios cósmicos é um dos maiores desafios que precisam de ser resolvidos antes das agências espaciais enviarem missões tripuladas para Marte – e mais além. Com a atual tecnologia de blindagem, esta exposição a radiação é demasiado perigosa.
A radiação ionizante pode causar problemas em dispositivos eletrónicos. Para se proteger contra, os dispositivos que podem ser expostos à radiação – como os usados em naves espaciais – incorporam blindagem contra radiação.
O peso é um fator significativo no projeto de tecnologias aeroespaciais e a proteção mais comum encontrada em dispositivos aeroespaciais consiste em colocar uma caixa de alumínio em torno de qualquer tecnologia sensível.
No entanto, de acordo com um novo estudo que será publicado em junho na revista científica Radiation Physics and Chemistry, o metal oxidado, especialmente o óxido de gadolínio (III), bloqueia mais radiação do que qualquer outra coisa. Assim, a camada de ferrugem de gadolínio em pó conseguira bloquear a radiação.
“A nossa abordagem pode ser usada para manter o mesmo nível de proteção contra radiação e reduzir o peso em 30% ou mais ou manter o mesmo peso e melhorar a proteção em 30% ou mais – em comparação com as técnicas de proteção mais amplamente usadas”, disse Rob Hayes, engenheiro nuclear do estado da Carolina do Norte, em comunicado. “De qualquer forma, a nossa abordagem reduz o volume de espaço ocupado pela blindagem.”
O estudo conjunto entre a Lockheed Martin e da Universidade Estadual da Carolina do Norte poderia fornecer aos engenheiros uma nova ferramenta para manter os tripulantes em segurança durante longas incursões no espaço.
Agora, os investigadores vão continuar a testar e ajustar a técnica de blindagem para uso em várias aplicações. “Estamos à procura parceiros do setor para nos ajudar a desenvolver a tecnologia para uso comercial”, rematou Hayes.