INEM tem falta de pilotos. Dois dos quatro helicópteros de emergência deixam de operar à noite

Dois dos quatro helicópteros de emergência médica ao serviço do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) vão deixar de operar à noite a partir de dia 1 de janeiro, anunciou esta quinta-feira o organismo do Ministério da Saúde. Não há pilotos suficientes para operar os quatro helicópteros 24 horas por dia.

Dois dos quatro helicópteros de emergência do INEM deixam de operar à noite, pelo menos, nos seis primeiros meses do próximo ano.

Em comunicado, o INEM explica que os helicópteros em causa são os que operam a partir de Viseu e Évora.

Os outros dois helicópteros, baseados em Macedo de Cavaleiros e Loulé, manter-se-ão em funcionamento 24 horas por dia, lê-se no comunicado.

Em Viseu e Évora, nos períodos noturnos, “as respetivas equipas médicas garantirão a operacionalidade de duas Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação (VMER)”.

O INEM salienta que o dispositivo está 100% operacional no período diurno e explica que o ajuste resulta de, numa consulta de mercado, o instituto só ter recebido duas respostas, uma delas com a solução que se vai implementar a partir de janeiro.

“Como resultado do litígio laboral com os pilotos decorrente de questões legais relacionadas com o limite de horas de serviço dos pilotos, a empresa não consegue assegurar, no imediato, a escala de pilotos para operar os quatro helicópteros 24 horas por dia“, justifica o comunicado.

20% a 25% das emergências são à noite

Em declarações à agência Lusa, o presidente do INEM, Luís Meira, disse esperar que esta situação dure no máximo seis meses, e que depois do concurso se regresse aos quatro helicópteros disponíveis 24 horas por dia.

Explicou ainda que, não sendo a situação ideal, também não deixarão de ser dadas as respostas necessárias aos utentes.

Luís Meira acrescentou que as missões dos helicópteros em período noturno representam cerca de 20% a 25% dos casos, e na grande maioria são situações de transportes inter-hospitalares.

“O INEM monitorizará, como habitualmente, a atividade do Serviço de Helicópteros de Emergência Médica e fará os ajustamentos que se revelem necessários com vista a otimizar o desempenho do serviço”, lê-se no comunicado.

Luís Meira faz promessa

Relativamente ao concurso público, uma vez que foi autorizada a realização da despesa para garantir o serviço de helitransporte de emergência médica no período de 2024 a 2028, é lançado um concurso público internacional, cujo procedimento está a ser ultimado pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.

Luís Meira disse que, com o concurso internacional, que deverá ser lançado na primeira quinzena de janeiro e estar concluído em quatro a seis meses, a situação deverá ficar normalizada.

Pelo que, frisou, dentro de seis meses o mais tardar a situação deve estar normalizada. Até lá “o dispositivo é o possível”, sendo que o serviço não pode ser “a qualquer preço”.

ZAP // Lusa

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