INEM foi chamado duas vezes por engano devido a obra de arte em Lisboa

Tiago Petinga / Lusa

A polícia, os bombeiros e o INEM foram chamados duas vezes à Calçada do Correio Velho, em Lisboa, por transeuntes que julgaram ver uma pessoa inanimada no chão, por detrás de uma vitrina.

Na verdade, trata-se de uma instalação artística que está patente numa galeria de arte – a figura que está caída no chão, rodeada de sacos, é um boneco. Mas isso não impediu a deslocação de meios de socorro para o local.

Os sapadores bombeiros de Lisboa confirmaram ao Diário de Notícias que, nesta segunda-feira, foram chamados por duas vezes à Calçada do Correio Velho, situada perto da Sé de Lisboa, na freguesia de Santa Maria Maior. O INEM confirma o “acionamento de uma mota de emergência médica” para a mesma morada, também na tarde de segunda-feira.

O Facebook da Porta 14, a galeria onde está patente a instalação, mostra uma ambulância do Instituto Nacional de Emergência Médica à porta e refere uma “intervenção da polícia, dos bombeiros e do INEM” às 00h25 do dia 20 de maio (segunda-feira). “A obra de arte Alvará / Permit de Noé Sendas cria perplexidade, urgência e alarme“, acrescenta o post publicado na rede social.

Na tarde desta terça-feira, a instalação, da autoria do artista Noé Sendas, estava já tapada por duas placas de esferovite, que escondiam a figura caída no chão. “Tapámos a peça para não haver mais alertas”, disse Pedro Pacheco, dono da galeria, explicando que a instalação em causa “tem uma figura tombada, que é um boneco, mas é muito realista”.

Quem passa “confunde” a figura com uma pessoa e chama socorro, acrescentando que houve quem começasse a “bater violentamente no vidro”, a tentar despertar o que parece ser uma mulher inanimada.

'Alvará / Permit', Noé Sendas, 2019.PORTA 14 calçada do correio velho

Publicado por PORTA 14 calçada do correio velho em Terça-feira, 21 de maio de 2019

Pedro Pacheco refere que, junto à instalação, é visível o nome do artista e da peça. E, entretanto, foi acrescentada ao conjunto a frase “Isto é arte”, mas sem grandes consequências práticas.

A polícia pediu para pôr um texto mais explícito e é isso que a galeria se prepara agora para fazer. “Isto é uma obra de arte, queremos que haja uma relação com o público, mas não queremos que isto aconteça, a ideia não é esta”, diz o galerista.

ZAP //

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