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Há 41 mil anos, os indígenas da Tasmânia viram o campo magnético da Terra mudar

Uma equipa de investigadores perfurou o núcleo com 270 mil anos do lago Selina, na Tasmânia, e encontrou o primeiro registo australiano de um grande evento global onde o campo magnético da Terra mudou.

“Apenas dois lagos no nordeste da Austrália forneciam anteriormente este registo, onde as direções anteriores e a intensidade do campo magnético da Terra são obtidas dos mesmos núcleos”, disse a autora principal do estudo, Agathe Lisé-Provonost, da Universidade de Melbourne, citada pelo HeritageDaily.

Os investigadores descobriram que há 41 mil anos, as pessoas na Tasmânia devem ter visto auroras boreais quando o campo magnético da Terra mudou – naquela que ficou conhecida como a “Excursão de Laschamp” -, e por alguns milhares de anos, o norte era sul e o sul era norte.

“Durante a ‘excursão’ geomagnética, a força do campo magnético da Terra quase desapareceu”, disse Lisé-Provonost. “Isto levaria a um grande aumento nas partículas cósmicas e solares que bombardeiam o nosso planeta porque o campo magnético normalmente atua como um escudo”.

“Não sabemos quando é que a próxima excursão geomagnética acontecerá, mas se uma ocorresse hoje, os satélites seriam inutilizados, os aplicações de navegação para smartphones falhariam e haveria grandes interrupções nos sistemas de distribuição de energia”, acrescentou a investigadora, cujo estudo foi publicado recentemente na revista Quaternary Geochronology.

As partículas magnéticas funcionam como a agulha de uma bússola, alinhando-se com o campo magnético da Terra. À medida que estas partículas se acumulam e ficam enterradas, deixam uma história do campo magnético da Terra. Quanto mais os investigadores furavam, mais recuavam no tempo.

Daniel Costa, ZAP //

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