Canadá. Indígena e neta de 12 anos detidos ao tentarem abrir conta em banco

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Can Pac Swire / Flickr

BMO – Bank of Montreal

Um indígena apresentou duas queixas por racismo após ter sido detido e algemado, juntamente com a sua neta de 12 anos, quando tentava abrir uma conta no BMO – Banco de Montreal, no Canadá.

Em dezembro, Maxwell Johnson – membro da Nação Heiltsuk -, visitou uma agência do BMO, em Vancouver, para abrir uma conta para a neta, Tori-Anne. Os funcionários não acreditaram que eram indígenas, não tendo verificado os seus cartões emitidos pelo governo e suspeitando ainda sobre o valor de um depósito na conta de Johnson, o que levou a chamar a polícia.

Segundo relatos da Nação Heiltsuk, citados na terça-feira pelo Guardian, os funcionários do banco alegaram que os dois membros estavam a cometer fraude e que apresentaram identificações “falsas”. O funcionário que contactou a polícia terá também indicado que Johnson e a neta eram “do sul da Ásia”.

De acordo com o Guardian, Johnson terá apresentado aos funcionários do banco o seu cartão de estatuto indígena, a certidão de nascimento e o cartão de cliente.

Quando os agentes chegaram, algemaram Johnson e a neta. Um relatório policial indica que estes acreditavam que Tori-Anne tinha “16 ou 17 anos”, mas removeram as algemas depois que perceberam que a jovem tinha 12 anos.

Nas duas queixas apresentadas no Tribunal de Direitos Humanos da Colúmbia Britânica e na Comissão Canadiana de Direitos Humanos, Johnson acusou o departamento de polícia de Vancouver e o Banco de Montreal de racismo.

“Isso afetou-me. Quando aconteceu, a minha ansiedade explodiu. Afetou a minha motivação, o meu raciocínio, muitas coisas”, indicou Johnson.

O banco e a polícia de Vancouver pediram desculpas pelo incidente. O BMO criou um conselho consultivo indígena e um novo treinamento para funcionários, enquanto o departamento da polícia de Vancouver avançou que está analisar as suas políticas atuais, embora ambas as organizações neguem que o incidente envolva questões raciais.

“Desde o gerente do BMO a decidir que os nossos membros não pertenciam [à Nação Heiltsuk], à chamada para a polícia, que algemou, deteve e interrogou Max e a neta, este foi um caso claro de discriminação racial e racismo sistémico”, disse em comunicado Marilyn Slett, conselheira-chefe da Nação Heiltsuk.

“Max e a neta merecem justiça pela dor que este incidente causou, e a BMO” e o departamento de polícia de Vancouver “devem tomar medidas para garantir que isso não aconteça novamente”, acrescentou.

ZAP //

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