A Escócia poderia ter que esperar até 10 anos para voltar a aderir à União Europeia (UE) caso decidisse se tornar independente do Reino Unido, segundo um relatório do Institute for Government (IfG).
O relatório do ‘think tank’, citado esta quarta-feira pelo Independent, referiu que levaria quase uma década para o processo ficar resolvido, originando “inevitavelmente” uma “fronteira dura” com a Inglaterra.
O Partido Nacional Escocês (SNP, sigla em inglês) argumentou que a Escócia foi retirada da UE “contra a sua vontade”, com o primeiro ministro Nicola Sturgeon a alegar que o futuro do seu país passa por uma “nação europeia independente”.
Contudo, um relatório do IfG revelou que um pedido de adesão ao bloco comunitário significaria uma longa espera, com a Escócia a ter que adotar o euro. “A UE provavelmente aceitaria um pedido de uma Escócia, mas apenas se a sua independência tivesse por base um acordo com o Governo do Reino Unido”, pode ler-se no documento.
“De acordo com a legislação da UE, a Escócia só poderia inscrever-se formalmente para ingressar na UE depois de garantir a sua independência do Reino Unido, e todo o processo pode levar quase uma década”, lê-se ainda.
Os académicos acreditam que Ingressar na UE implicaria uma Escócia que aderisse ao mercado único e à união aduaneira. No entanto, mesmo com a adoção de um modelo de integração mais flexível – como ao Espaço Económico Europeu (EEE), por exemplo -, isso não significaria um acesso sem atritos aos mercados da UE e do Reino Unido.
“Como Estado-membro da UE, a Escócia não teria escolha a não ser fazer cumprir os processos alfandegários, bem como as verificações regulatórias sobre produtos como animais e vegetais”, apontou o relatório do IfG. “Haveria a necessidade de uma nova infraestrutura de fronteira para fazer cumprir essas regras”, continuou.
Tendo em consideração que as empresas escocesas negociam cerca de três vezes mais com o resto do Reino Unido do que com a UE, os autores do relatório indicaram que o SNP precisaria estar “aberto” relativamente aos “custos e benefícios” da adesão à UE.
Na terça-feira, Sturgeon entrou em confronto com a oposição durante um debate eleitoral transmitido pela BBC. O chefe do SNP afirmou que a Escócia corria o risco de ir na “direção errada” se deixasse as decisões para o governo de Boris Johnson, acrescentando: “Cabe ao povo da Escócia decidir”.
Não me parece mau…
A Inglaterra enganou a Escócia no referendo sobre a independência da Escócia – que supostamente poria a Escócia fora da UE – passados poucos anos foi esse mesmo Reino Unido que saiu da UE, arrastando consigo a Escócia!!
Agora volta a falar-se da independência da Escócia (e da possível reintegração na UE) porque, além de tudo o resto, eles já começam a sentir os resultados do Brexit na pele, com os problemas na exportação de whisky devido às taxas/procedimentos alfandegários, etc, etc….