Irlandesa contou que foi intimidada e humilhada no seu emprego, quando esteve grávida há dois anos. Depois foi mesmo despedida.
Susanne Rice, 36 anos, era a única mulher na direcção de uma empresa ligada ao desenvolvimento de websites em Belfast, na Irlanda do Norte.
Em Janeiro de 2020 ficou grávida. Mas não contou logo ao proprietário da agência devido ao seu histórico enquanto paciente.
Dois meses depois, pandemia. O coronavírus lançou o alerta em muitos médicos e o seu médico de família aconselhou-a, por escrito, a proteger-se da nova doença, da qual não se sabia quase nada, na altura.
Isto foi em Março. Em Abril o proprietário pediu para ler essa carta do médico.
Entretanto, segundo a própria, começou ser excluída de reuniões, de trocas de e-mails… O seu trabalho ficou condicionado.
E começou a ser rebaixada, humilhada, por colegas de empresa. Todos homens.
Durante a apresentação de um novo software, um colega disse-lhe “sou mais velho do que tu, tenho mais experiência do que tu, sei mais do que tu”; outro colega disse-lhe, noutra ocasião, que a licença de maternidade (que é de 1 ano no país) eram “férias prolongadas” para as mulheres.
“Fui intimidada, ignorada. Senti-me chateada e humilhada pela forma como a administração falou comigo, em frente a outros funcionários”, lamenta, citada pelo jornal The Independent.
Em Maio, Susanne lembrou durante uma reunião, na empresa, que estava grávida há 20 semanas. Foi despedida poucos dias depois.
Não ficou parada. Apresentou queixa dentro da própria empresa mas o processo nunca avançou, a nível interno.
O caso seguiu para a Comissão de Igualdade local, que deu razão a Susanne. E a empresa tem agora de pagar uma indemnização de 15 mil libras, quase 18 mil euros.
A empresa aceitou pagar a indemnização. Mas não admitiu qualquer responsabilidade no processo.
“A maneira como minha demissão foi tratada afectou severamente a minha saúde e as nossas finanças familiares. No entanto, eu mudei e estou feliz no meu novo local de trabalho. Sinto que as minhas capacidades são valorizadas lá e agora estou a gostar do meu trabalho e da minha vida familiar”, comentou Susanne.