Situação já foi mais delicada, mas de madrugada continuavam no terreno mais de 4.100 operacionais. Dois quilómetros dos dos Passadiços do Paiva foram destruídos.
As últimas horas de quarta-feira e a madrugada desta quinta-feira acalmaram o cenário dos incêndios em Portugal continental. Mas nem tudo está resolvido.
Mais de 4.100 operacionais, apoiados por 1.300 meios terrestres, continuavam às 03:00 a combater 95 fogos, de acordo com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Os fogos que lavram há vários dias no distrito de Aveiro continuam a ser os que mobilizam mais operacionais e meios.
Passadiços do Paiva arderam
Mas o mais preocupante parece ser o de Arouca, que está a lavrar “com média intensidade” e tem “potencial para continuar a progredir”, informou esta madrugada a Proteção Civil.
Este incêndio já destruiu cerca de 2 km dos Passadiços do Paiva. As escolas em Arouca continuam fechadas nesta quinta-feira.
O incêndio que deflagrou em Castro Daire “continua a lavrar com muita intensidade”, permanecendo ativo em todas as frentes e com grandes projeções a obrigar à reposição dos meios de combate.
Também há incêndios ativos em Nelas, Santo Tirso, Amarante, ou Vila Pouca de Aguiar.
O concelho de Penela, no distrito de Coimbra, mantém-se em perigo máximo de incêndio.
Fogos de Gondomar, Sever do Vouga e Águeda controlados
As boas notícias chegam de Penalva do Castelo, Sever do Vouga, Águeda, Gondomar ou São Pedro do Sul, onde todos os fogos estariam dominados ou já em rescaldo.
Mas, já ao início da manhã, o ZAP recebeu um relato que ilustra o que tem acontecido em diversos pontos do país. Numa zona de São Pedro do Sul, às 3 horas da madrugada “estava tudo apagado”, mas esta manhã “voltou a acender”, conta uma moradora.
Chuva chegou e vai cair em força no norte e centro
Há, porém, uma boa notícia da meteorologia: hoje a temperatura desce, o vento diminui e prevê-se chuva em quase todo o país.
Em Trás-os-Montes já chove com alguma intensidade, nomeadamente em Mirandela e em Vila Flor, no distrito de Bragança, como comprovam vídeos partilhados nas redes sociais.
Que alegria… A chuva adianta-se…
Vila Flor! 💦 pic.twitter.com/SSap1QK1nT— Márcio Santos – Meteorologia e Ambiente (@MeteoTrasMontPT) September 19, 2024
ÚLTIMA HORA
Já chove em Mirandela! 💦 pic.twitter.com/55eKeieJ8d— Márcio Santos – Meteorologia e Ambiente (@MeteoTrasMontPT) September 19, 2024
Para os próximos dias, espera-se “precipitação abundante em especial no Norte e Centro” do país, conforme destaca Márcio Santos da página Meteo Trás-os-Montes que divulga informações meteorológicas.
🔴 ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO MODELO EUROPEU
Boa noite, continuamos muito atentos às atualizações dos modelos meteorológicos, a previsão de curto prazo mantém a precipitação prevista para os próximos dias e no médio prazo vemos precipitação abundante em especial no Norte e Centro, pic.twitter.com/Me1NTmiTxX— Márcio Santos – Meteorologia e Ambiente (@MeteoTrasMontPT) September 18, 2024
Onde vai chover e quando?
Nesta quinta-feira, a chuva ainda será pouca, ou inexistente em muitas regiões. Mas para sexta-feira prevê-se que grande parte da região do centro e norte que foi mais afectada pelos incêndios receba a benção da chuva, como destaca o Meteo Trás-os-Montes.
No sábado, deve continuar a cair precipitação em quase todo o país, com destaque para o norte onde se prevê mais chuva.
✅QUAIS A REGIÕES ONDE VAI CHOVER? E QUANDO?
São muitas questões e com estes mapas acreditamos que respondemos a todos!
As zonas “pintadas” são aquelas que mais probabilidade têm de registar precipitação nos próximos 3 dias: pic.twitter.com/fjRe0efEbQ— Márcio Santos – Meteorologia e Ambiente (@MeteoTrasMontPT) September 18, 2024
Mesmo assim, nesta quinta-feira, vários concelhos dos distritos de Santarém, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Coimbra, Portalegre, Guarda, Aveiro, Braga, Viana do Castelo, Porto, Vila Real, Viseu, Bragança e Faro, continuam em perigo muito elevado de incêndio.
Na noite passada, o comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, avisou que as 24 horas seguintes iam “continuar a ser muito complexas” no combate aos incêndios.
ZAP // Lusa