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Muito poucos imperadores romanos morreram de causas naturais (e há uma razão)

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Excavation Committee of the Ancient City of Laodicea

Apenas 24,8% dos imperadores romanos morreram de causas naturais. Entre mortes prematuras e frequentemente violentas, os cientistas identificaram agora um novo padrão matemático, que descreve o destino dos que morreram com um império inteiro aos seus pés.

Dos 175 imperadores do Império Romano, só 24,8% morreram de causas naturais, sendo que os restantes foram assassinados ou forçados a suicidarem-se. Segundo o Science Alert, estas mortes foram regidas pela lei de potência, um princípio matemático que também determina, por exemplo, a gravidade dos terramotos.

A lei de potência representa a conexão entre duas grandezas e pressupõe que uma mudança relativa numa delas produz uma mudança proporcional na outra.

Nesta investigação, os cientistas usaram a lei de Pareto, a primeira lei de potência descoberta, que diz que um evento comum tem 80% de probabilidade de acontecer, ao contrário de um raro, que tem apenas 20%.

Neste caso, no que diz respeito aos destinos dos imperadores romanos, os fins violentos são os mais comuns, sendo a morte por causas naturais significativamente mais rara – especialmente nos primeiros tempos do Império Romano Ocidental.

“Embora pareçam aleatórias, as distribuições de probabilidade da lei de potência são encontradas em muitos outros fenómenos associados a sistemas complexos, como o tamanho de crateras lunares, magnitude de terramotos, frequência de palavras em textos, valor de mercado das empresas e até mesmo o número de seguidores que uma pessoa pode ter nas redes sociais”, explicou Francisco Rodrigues, professor no Instituto de Ciências Matemáticas e da Computação na Universidade de São Paulo, no Brasil.

Desde o primeiro imperador Augusto (que morreu em 14 d.C.) até Teodósio (que faleceu em 395 d.C.), alguns anos foram mais perigosos do que outros.

De acordo com a investigação, o momento em que os imperadores assumiam o trono era o momento em que tinham mais risco de sofrer uma morte violenta, devido à falta de capacidade no governante estreante de lidar com as exigências do cargo.

O risco diminui ao longo do tempo. No entanto, se o imperador ficasse muito tempo no poder, os inimigos convenciam-se de que seria cada vez mais difícil assumir o seu cargo – pelo menos, se estivessem à espera de uma morte natural. Isto fazia com que, após 13 anos a liderar, o imperador pudesse ser assassinado por adversários ou velhos inimigos.

Matematicamente falando, a vida dos imperadores romanos era surpreendentemente semelhante aos terramotos, isto se compararmos a probabilidade de reinados imperiais curtos (em oposição aos longos) com a probabilidade de pequenos sismos (que são muito mais comuns do que os de maior dimensão).

O artigo científico foi publicado na Royal Society Open Science.

ZAP //

3 Comments

  1. Deve ser o mesmo mecanismo que revela uma incidência muito maior de psicopatas em posições de poder do que na média da humanidade.

  2. Penso que muitos dos imperadores foram assassinados porque eram tiranos, déspotas, sanguinários e loucos. Não há aqui qualquer padrão estatístico, é mera coincidência.

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