Mossan Rasal, um bangladeshiano de 23 anos que vive em Roma, encontrou na rua uma carteira com dois mil euros, documentos de identificação, cartões de crédito, carta de condução.
Em vez de retirar o dinheiro e deitar fora a carteira, Rasal levou-a diretamente à polícia, que ficou surpreendida ao ver o montante que ela continha, segundo o jornal italiano La Repubblica, que conta a história.
Os carabinieri contactaram então o dono, um empresário local, para ir ter com Rasal e recolher a carteira. O homem agradeceu-lhe a honestidade e quis recompensá-lo, mas Rasal recusou. “Não fiz nada de excecional. O dinheiro não era meu. Não sei o montante porque não contei. Apenas levei tudo para a esquadra“, explicou. Quando ele próprio viu tudo o que havia na carteira, pensou no incómodo que a perda ia causar ao seu dono.
Rasal, que chegou a Itália há sete anos e atravessou tempos difíceis no início, tem há dois anos uma pequena banca no centro da capital italiana. Trabalha muito, conta o jornal, e nunca viu tanto dinheiro em toda a sua vida. O jovem apreciou que o dono da carteira ficasse contente por o conhecer e lhe agradecesse o seu gesto, falando com ele durante algum rempo e mostrando-se disponível.
Para Rasal bastou. E até gostava que o homem aparecesse lá na banca de vez em quando como cliente. Mas insiste não merecer qualquer recompensa, pois o que aconteceu foi uma pura casualidade, uma vez que a carteira tinha caído junto à banca, e o seu gesto saiu-lhe naturalmente. “Foi uma questão de ser honesto, como a minha família me ensinou”, resumiu.
Rasal diz que não lhe desagradaria se a história “ajudasse a refletir”. Um pensamento que muita gente partilhará, numa altura em que Matteo Salvini e outros políticos multiplicam nas redes sociais as histórias de crimes alegadamente cometidos por imigrantes.