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10 ilusões de ótica de perder a cabeça

Luz, sombras, profundidade, (in)ação: da sombra das damas e da parede do café ao pato/coelho e ao polémico vestido azul e preto de 2015. Eis 10 das mais loucas ilusões de ótica.

Há muito que nos fascinam a todos e especialmente a cientistas, artistas e curiosos por natureza. As ilusões de ótica cativam-nos com contraste, movimento, geometria ou cor, e acima de tudo, lembram-nos: nem tudo o que parece, é. O que vemos é a nossa realidade, e não necessariamente a realidade.

Eis, sem mais demoras, a seleção do Science Focus de 10 das ilusões mais alucinantes que continuam a deixar-nos perplexos.

1. A ilusão da sombra das damas

Edward H. Adelson/Wikimedia Commons

Uma das ilusões mais impressionantes alguma vez criadas, a ilusão da sombra das damas foi concebida pelo cientista da visão Edward Adelson em 1995.

Nela, dois quadrados designados por A e B parecem ter tonalidades diferentes — um parece estar na sombra e o outro na luz — mas são… exatamente da mesma cor.

Este é um excelente exemplo de uma ilusão de contraste, que leva o nosso cérebro a interpretar incorretamente cores idênticas devido ao contexto e à iluminação circundantes.

2. A ilusão da parede do café

Esta ilusão geométrica faz com que as linhas horizontais retas entre filas escalonadas de azulejos escuros e claros pareçam inclinadas ou curvas.

Descrito pela primeira vez pelo cientista Richard Gregory, que viu o padrão num café em Bristol, no Reino Unido, acredita-se que o efeito resulta da forma como o nosso cérebro processa o contraste entre áreas adjacentes — especificamente um fenómeno conhecido como ilusão de irradiação, que faz com que os espaços brancos pareçam maiores do que realmente são.

3. O Triângulo de Penrose

Conhecido como um “objeto impossível”, o triângulo de Penrose é um exemplo clássico de um paradoxo geométrico. Embora pareça um objeto 3D coerente, este triângulo não pode, fisicamente, existir.

Popularizado na década de 1950 por Lionel Penrose, tornou-se um elemento básico no mundo dos paradoxos visuais e foi explorado de forma famosa nas obras de arte de M.C. Escher.

4. Cegueira induzida pelo movimento

Neste fenómeno, os objetos fixos num campo visual em movimento podem parecer desaparecer e reaparecer ao acaso.

Conhecido como a ilusão de Bonneh, o efeito ocorre quando os observadores olham para um ponto central em movimento enquanto os objetos periféricos, nomeadamente os pontos amarelos, desaparecem.

Esta ilusão é um grande exemplo de como a nossa atenção e concentração podem fazer com que a informação visual desapareça momentaneamente da perceção, provavelmente devido à forma como o cérebro filtra o movimento e a atividade de fundo.

5. O cubo de Necker

Um simples cubo pode subitamente inverter a sua orientação na mente do observador. Esta imagem não tem sinais claros de profundidade, permitindo ao cérebro alternar entre várias interpretações.

O cubo de Necker não é propriamente uma ilusão, mas uma demonstração de ambiguidade percetiva.

6. A ilusão da grelha cintilante

Esta ilusão tem círculos brancos nas intersecções de uma grelha. Mas quando deixamos de olhar diretamente para eles, tornam-se pretos, e parecem cintilar e desaparecer à medida que se move o olhar.

Esta ilusão é um aperfeiçoamento moderno da ilusão da grelha de Hermann, descoberta em 1870. Os seus misteriosos efeitos visuais continuam a intrigar os psicólogos que estudam o processamento visual e a sensibilidade ao contraste.

7. A ilusão de desvio periférico

Não, estas imagens não são GIFs ou vídeos: estão completamente imóveis, embora não pareça.

Descrita em 1999 por Jocelyn Faubert e Andrew Herbert, a ilusão parece ser o resultado de pequenos movimentos oculares, diferenças de contraste e da forma como o nosso cérebro lida com pistas espaciais e temporais.

8. É um pato ou um coelho?

Quem viu a sitcom How I Met Your Mother (Foi Assim Que Aconteceu) já conhece bem esta ilusão.

No 15.º episódio da temporada 5, Ted traz um livro consigo até ao bar com a imagem e abre uma longa discussão sobre qual dos dois animais é o bom e qual é o mau.

A famosa figura de uma revista alemã do século XIX pergunta: “Que animais são mais parecidos? O coelho e o pato”. Tudo depende do foco do observador: o desenho pode alternar entre um ou outro animal, claramente.

Este tipo de ilusão, chamada organização figura-fundo, revela a influência do contexto, da atenção e até da criatividade na perceção.

9. O polémico vestido azul e preto (ou branco e dourado?)

swiked / Tumblr

“O Vestido”

Em 2015, a fotografia de um vestido provocou acesos debates nas redes sociais por todo o mundo porque algumas pessoas juram a pés juntos, até hoje, ver um vestido branco e dourado na foto acima, e não preto e azul — como se veio a provar ser.

O fenómeno tornou-se um exemplo público da constância das cores — a capacidade do cérebro de perceber as cores de forma consistente sob diferentes tipos de iluminação.

Os neurocientistas teorizaram que as diferenças de perceção se deviam ao facto de as pessoas acreditarem que a imagem era iluminada por luz natural ou artificial.

10. A Ilusão de Ponzo

Este truque visual clássico usa linhas convergentes como linhas de comboio para criar uma falsa sensação de profundidade.

As linhas que vemos acima são exatamente do mesmo comprimento, mas quando colocadas entre linhas convergentes, ficamos com a ideia de que a de cima é mais longa.

Isto acontece porque o nosso cérebro interpreta a cena usando a perspetiva linear, ajustando automaticamente a distância percebida e assumindo que a linha mais alta deve ser maior para aparecer do mesmo tamanho a essa distância.

ZAP //

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