Ilhas artificiais mais antigas que Stonehenge podem ter servido de salões de festas

spodzone / Flickr

Crannóg de Dubh Loch, na Escócia.

Ilhas artificiais, algumas delas mais antigas que o próprio Stonehenge, podem ter servido de salões de festas para as elites do País de Gales, Irlanda, Escócia e Ilha de Man.

Um crannógque significa “árvore jovem” em irlandês arcaico — é uma ilha artificial, normalmente construída nas águas de um lago, rio ou estuário e usada, sobretudo, como habitação e fortificação durante a Pré-História e Idade Média.

O crannóg, normalmente, consistia numa plataforma de madeira erigida em águas pouco profundas. Alguns crannógs são mais antigos que o Stonehenge, por exemplo.

Na Irlanda, a maioria dos crannógs data do início do período medieval, época em que eram usados como domicílios insulares de reis, de grandes senhores, de agricultores prósperos e, ocasionalmente, de grupos socialmente marginalizados.

Estas ilhas artificiais eram feitas de pedra, madeira e turfa, podendo atingir dimensões de até 30 metros de diâmetro, detalha a Live Science.

Um novo estudo sugere que as antigas elites davam festas luxuosas nos crannógs ao redor do País de Gales, Irlanda, Escócia e Ilha de Man, de forma a exibir a sua riqueza e poder. Os resultados foram recentemente publicados na revista científica Antiquity.

De facto, os lagos e estuários à volta dos crannógs já foram pontos de encontro populares para comércio e socialização. Durante o período medieval, tornaram-se locais de encontro para os ricos, onde as evidências sugerem que teriam luxuosos banquetes, escreve o All That’s Interesting.

Uma análise de ADN a amostras encontradas dentro dos crannógs revelou que reuniões sociais de “alto estatuto” e atividades comemorativas provavelmente ocorriam nas pequenas ilhas artificiais.

As descobertas não apenas corroboram “o papel [dos crannógs] como locais de custódia protetora de recursos valiosos, mas também sugerem um grau de exclusão social combinado com a demonstração de poder e riqueza”, escrevem os investigadores.

Mais precisamente, os investigadores encontraram evidências de cereais, bem como plantas como a samambaia, que os cientistas acreditam que pode ter sido usada como material de cama ou telhado.

Além disso, os autores também encontraram fragmentos de ossos de animais e ADN pertencente a vacas, ovelhas e cabras. Os cientistas acreditam que os animais eram mantidos nos lá para alimentação e potencialmente abatidos para festas ou cerimónias.

Daniel Costa, ZAP //

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