Igreja condena padre que denunciou abusos sexuais de menores

Padre terá recebido informação da família de uma alegada vítima de que o pároco Nuno Aurélio abusou sexualmente do jovem quando era catequista. Tribunal eclesiástico deu razão ao acusado e castigou o acusador.

Um padre que denunciou casos de suspeitas de abuso sexual de menores foi recentemente punido pelo Tribunal Patriarcal de Lisboa por colocar em causa o bom nome de um dos 12 sacerdotes que denunciou, avança o Expresso esta sexta-feira.

Joaquim Nazaré terá recebido informação da família de uma alegada vítima — que cometeu suicídio em 1997 — de que o pároco Nuno Aurélio abusou sexualmente do jovem enquanto catequista na paróquia do Senhor dos Aflitos, na Cruz Quebrada, em 1997.

Nuno Aurélio acabaria por apresentar queixa ao tribunal eclesiástico, consequência das denúncias públicas acusadoras de Joaquim Nazaré. Julgado pelos crimes de falsidade e lesão ilegítima de boa fama, Nazaré acabaria por ver o tribunal dar razão ao acusado.

A justiça eclesiástica considerou ter havido difamação da parte do sacerdote ao fazer acusações ao padre Nuno Aurélio na comunicação social.

“Invocando o Santo Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo”, este tribunal entendeu que “o acusado [Joaquim Nazaré] não provou nenhuma das suas acusações contra o autor [Aurélio]”. “Dado que a prova incumbe a quem acusa, torna-se evidente que as afirmações do acusado são difamatórias e caluniosas”, lê-se a sentença, segundo o semanário.

O padre Nazaré terá agora sido condenado a pagar o montante equivalente a um ordenado ao clero e obrigado a apresentar um pedido de desculpas ao pároco em causa e registá-lo nos cadernos diocesanos. Enquanto não pagar a multa a que foi condenado, está proibido de exercer “qualquer ofício, especialmente o de pároco”, na área do Patriarcado de Lisboa.

ZAP //

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