Investigadores estimam que a igreja foi construída no século IV d.C., período que coincide com a construção da Catedral de Etchmiadzin, frequentemente citada como a catedral mais antiga do mundo.
A Universidade de Münster, na Alemanha, em colaboração com a Academia de Ciências da Arménia, revelou no passado dia 11 a descoberta dos restos de uma igreja arménia com cerca de 2.000 anos, o que a torna a mais antiga igreja conhecida no país e uma das mais antigas do mundo.
Os arqueólogos responsáveis pela descoberta classificam a descoberta como “um testemunho sensacional” do cristianismo primitivo na Arménia.
A descoberta foi feita em Artaxata, uma metrópole outrora florescente e centro comercial que serviu de capital do antigo reino arménio durante vários séculos.
Os investigadores estimam que a igreja foi construída no século IV d.C., um período que coincide com a construção da Catedral de Etchmiadzin, frequentemente citada como a catedral mais antiga do mundo.
A igreja recém-descoberta é considerada “a mais antiga igreja arqueologicamente documentada do país”, de acordo com Achim Lichtenberger, envolvido na escavação.
“É um testemunho sensacional do cristianismo primitivo na Arménia”, afirmou o professor da Universidade de Münster em comunicado.
Inédita no país
A arquitetura da igreja oferece uma perspetiva única da história cristã primitiva da Arménia. A igreja tem uma forma octogonal invulgar, com câmaras retangulares que se estendem pelos quatro lados, e é a primeira deste tipo encontrada na Arménia, embora estruturas semelhantes tenham sido descobertas no Mediterrâneo oriental, também datadas do século IV.
A estrutura, com cerca de 30 metros de diâmetro, foi inicialmente construída com um pavimento de argamassa feita de areia e cimento, enquanto as paredes foram construídas com terracota, um material à base de argila comummente produzido na Grécia e em Itália na época.
A equipa encontrou vestígios de plataformas de madeira e azulejos decorativos de terracota, provavelmente importados do Mediterrâneo — vestígios que ajudaram a confirmar a idade do edifício através da datação por carbono.
O desenho octogonal assemelha-se a edifícios memoriais cristãos primitivos e oferece novas perspetivas sobre a forma como o cristianismo se espalhou e evoluiu na Arménia, uma das primeiras nações a adotar o cristianismo como religião estatal no início do século IV.