Sabe qual é a sua idade biológica? Há seis truques que o ajudam a diminuí-la

Sentirmo-nos mais novos do que a nossa idade pode não ser coisa só da nossa cabeça. Uma investigação recente revelou que a nossa idade biológica pode ser mais nova (ou mais velha) do que a idade que consta no nosso bilhete de identidade.

Há soluções simples que nos podem ajudar a inverter a idade biológica e a melhorar a nossa saúde e bem-estar.

“Em termos simples, a idade biológica é o ritmo a que envelhecemos fisicamente, enquanto que a idade cronológica é simplesmente a quantidade de aniversários que celebramos”, explicou Kara Fitzgerald, média e diretora clínica da FxMed. “Não há nada que possa fazer quanto à sua idade cronológica, ela vai sempre aumentar”.

Segundo um artigo da Fortune, há uma maior flexibilidade em relação à idade biológica – e isso pode ser e mau. Embora tenhamos o poder de invertê-la, também podemos acelerá-la e acabar por nos sentirmos mais velhos do que a nossa idade cronológica devido, por exemplo, à uma saúde precária.

No caso da hipertensão e da glicose, “as pessoas que têm essas doenças envelhecem mais depressa do que a sua idade cronológica. Estas doenças estimulam o envelhecimento. Também o envelhecimento nos deixa mais expostos a essas condições”, indicou a médica, autora do livro “Younger You”.

A melhor forma de obter uma avaliação precisa sobre a idade biológica é através do estudo dos dados epigenéticos, com recurso a análise de ADN.

O primeiro relógio epigenético foi desenvolvido em 2013 por Steve Horvath, investigador da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. As suas descobertas determinaram que múltiplos tipos de tecido podem ser utilizados para calcular a idade biológica de uma pessoa. Desde então, vários testes têm chegado ao mercado.

Os resultados dos testes realizados em casa incluem tipicamente informação sobre a saúde metabólica, genética e outros fatores de risco associados a doenças. A exatidão destes testes pode variar.

Depois de conhecida a idade biológica, podemos começar a compreender os fatores de risco na saúde que nos fazem sentir mais velhos. Mas há formas de abrandar o processo, de acordo com a ciência.

O primeiro estudo humano sobre o tema, divulgado em 2019, mostrou uma inversão da idade biológica até três anos. Outro estudo sobre a vitamina D, que teve como foco afro-americanos obesos, revelou que os participantes conseguiram reduzir a idade biológica em 1,85 anos com 16 semanas de suplementação.

“Os nossos genes, de um modo geral, não são o nosso destino. Mesmo que os nossos pais ou avós tivessem determinadas condições [de saúde], esse não precisa ser o nosso destino. Existem algumas condições genéticas verdadeiramente poderosas, mas a maior parte das vezes isso é uma exceção”, disse Kara Fitzgerald.

A médica referiu que o que influencia os nossos genes, na maioria das vezes, é o nosso estilo de vida – desde o que comemos até à quantidade de horas que dormimos todas as noites.

Trata-se da forma como “vivemos, como respiramos, como comemos, a que tipo de stress estamos expostos e como lidamos com ele, o nosso envolvimento comunitário, as nossas relações, a nossa capacidade de sentir mor, a forma como movemos os nossos corpos”, indicou a especialista.

Num ensaio clínico de oito semanas, Kara Fitzgerald e a sua equipa analisou como a alimentação e o estilo de vida podem ser utilizados para inverter a idade biológica. O tratamento – que incluía dieta, sono, exercício, relaxamento e consumo de probióticos e de suplementação – foi associada a uma diminuição de 3,23 anos na idade.

No regime, os participantes tinham uma dieta muito específica que incluía vegetais crucíferos densos e coloridos; frutas de baixa glicemia; proteínas animais, como ovos ou fígado; e alimentos com polifenóis, como açafrão, chá verde e cogumelos.

Além disso, os participantes tinham uma hidratação adequada; faziam exercício físico durante um mínimo de 30 minutos, em cinco dias da semana; meditavam regularmente; dormiam pelo menos sete horas por noite; e tomavam suplementos,neste caso polifenóis e um probiótico.

“Cada peça da nossa intervenção foi concebida com base no que influenciou favoravelmente a metilação do ADN e a epigenética. Todo o programa foi construído para (…) desligar os genes maus, associados ao cancro ou à inflamação, e para ligar os genes bons”, explicou Kara Fitzgerald.

De acordo com a especialista, a melhor altura para começar a implementar mudanças na alimentação e no estilo de vida para ter impacto na idade biológica é na casa dos 30 anos. “Quanto mais cedo contrariarmos as mudanças negativas associadas ao envelhecimento, melhor resultado vamos ter”, sublinhou.

ZAP //

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