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IA pode “virar-se contra os humanos” — diz um dos seus criadores

Jérémy Barande / Wikimedia Commons

O “padrinho da IA” Yoshua Bengio

Yoshua Bengio, informático considerado “padrinho” da IA, alerta agora para os seus perigos. “A inteligência dá poder. Então, quem é que vai controlar esse poder?”, questiona.

Um dos principais pioneiros da IA, Yoshua Bengio, disse em entrevista à CNBC que não apenas a IA, cada vez mais poderosa, pode prejudicar o mundo, mas também que as pessoas responsáveis por ela podem ser igualmente perigosas.

Como recorda o The Byte, Bengio é o diretor do Instituto de Algoritmos de Aprendizagem da Universidade de Montreal e foi um dos signatários públicos da carta aberta “Right to Warn“, escrita pelos principais investigadores de IA da OpenAI, que garantem estar a ser silenciados sobre os perigos desta tecnologia.

Juntamente com os famosos especialistas Yann LeCun e Geoffrey Hinton, é apelidado de “Padrinho da IA”. No entanto, não é por a ter criado que não lhe vê os perigos: “A inteligência dá poder. Então, quem vai controlar esse poder?”, pergunta de forma retórica.

“Há pessoas que podem querer abusar desse poder, e há pessoas que podem ficar felizes por ver a humanidade substituída por máquinas”, disse Bengio. “É uma franja da sociedade, mas essas pessoas podem ter muito poder, e podem fazê-lo a menos que coloquemos as proteções certas agora”.

Como a IA é uma tecnologia muito cara de desenvolver, que custa, por vezes, milhares de milhões de euros, o informático acredita que “vai haver uma concentração de poder: o poder económico, que pode ser mau para os mercados; o poder político, que pode ser mau para a democracia; e o poder militar, que pode ser mau para a estabilidade geopolítica do nosso planeta”.

O informático alerta ainda para o facto de não se conhecer o tempo que demorará até a IA atingir um “nível humano”: “Se for daqui a cinco anos, não estamos preparados”, concluiu, “porque não temos métodos para garantir que estes sistemas não farão mal às pessoas ou não se voltarão contra elas”.

ZAP //

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