A Basílica de São Pedro, na Cidade do Vaticano, tem agora um gémeo digital criado com ajuda de Inteligência Artificial: um modelo 3D ultra-preciso da famosa igreja católica, que simula um objeto no mundo físico e oferece uma experiência interativa.
Chama-se La Basilica di San Pietro e envolveu a utilização de drones, câmaras e lasers para captar mais de 400 000 imagens detalhadas e criar uma réplica digital exata do exterior e do interior durante um período de três semanas.
O projeto foi desenvolvido pela Microsoft e pelo Vaticano em colaboração com o Iconem, uma empresa francesa especializada na preservação digital.
“Este é literalmente um do projetos tecnologicamente mais avançados e sofisticados do seu género que alguma vez foi levado a cabo”, afirmou Brad Smith, Presidente da Microsoft, em conferência de imprensa,
“O modelo incorpora 22 petabytes de dados, o suficiente para encher cinco milhões de DVDs”, detalhou Smith.
A análise de IA identificou fendas e fissuras invisíveis ao olho humano, o que ajudará no trabalho de restauro. Também revelou mosaicos anteriormente escondidos ou perdidos e pôs a descoberto um teto ornamentado.
O projeto foi lançado antes do Jubileu de 2025 do Vaticano, um ano santo em que se espera que mais de 30 milhões de peregrinos passem pela Porta Santa da basílica, para além dos 50.000 que a visitam num dia normal.
“Todos, realmente todos, devem sentir-se bem-vindos a esta grande casa”, disse o Papa Francisco a Brad Smith e aos seus membros das equipas de desenvolvimento do projeto, numa audiência realizada no dia 11 de novembro.
“Por isso, é um dom e uma tarefa cuidar dela, tanto no sentido espiritual como material, mesmo através das mais recentes tecnologias”, acrescentou.
O projeto também permite que pessoas que nunca visitaram o Vaticano pessoalmente possam conhecer o local com o mesmo nível de pormenor que os visitantes presenciais.
Esta tecnologia de “gémeos digitais”, que permitiu encontrar na na famosa igreja católica vulnerabilidades estruturais que são invisíveis a olho nu, já foi utilizada noutros edifícios, como a Catedral de Notre Dame, em Paris, para ajudar nos esforços de reconstrução após o incêndio de 2019.