IA deteta supernova sem intervenção humana pela primeira vez

Joy Pollard / Observatório Gemini

Impressão de artista de uma supernova

A Inteligência Artificial (IA) procurou, detetou, confirmou e classificou uma supernova. Tudo isto sem qualquer intervenção humana.

Uma equipa de cientistas desenvolveu uma nova ferramenta de Inteligência Artificial, o Bright Transient Survey Bot (BTSbot), usando mais de 1,4 milhões de imagens de quase 16 mil fontes para treinar o algoritmo de machine-learning.

Este novo sistema permite a automação de todo o processo de descoberta de explosões estelares, eliminando o erro humano e aumentando drasticamente a velocidade do processo.

“Em última análise, remover os humanos do circuito proporciona mais tempo para a equipa analisar as suas observações e desenvolver novas hipóteses para explicar a origem das explosões cósmicas que observamos”, explicou Adam Miller, o astrónomo da Northwestern, citado pelo Science Alert.

(dr) Legacy Surveys/D. Lang/Perimeter Institute/unWISE/NASA/JPL-Caltech

Parte do espaço profundo onde a supernova SN2023tyk foi localizada pela IA

O BTSbot detetou a supernova SN2023tyk em dados da Zwicky Transient Facility (ZTF), uma câmara robótica do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) que analisa todo o céu do norte a cada dois dias.

No dia 5 de outubro, a tecnologia conseguiu identificar a explosão estelar e enviou os dados para o telescópio robótico Spectral Energy Distribution Machine (SEDM), do Observatório Palomar, que analisou as informações. Estas foram então transferidas para o SNIascore, outro sistema de IA da Caltech, que conseguiu determinar o tipo de supernova.

O resultado definiu que a SN2023tyk se originou de uma “explosão termonuclear de uma anã branca ou do colapso do núcleo de uma estrela massiva”.

“Alcançamos a primeira deteção, identificação e classificação totalmente automática de uma supernova no mundo. Isto agiliza significativamente grandes estudos sobre supernovas, ajudando-nos a compreender melhor os ciclos de vida das estrelas e a origem dos elementos criados pelas supernovas, como carbono, ferro e ouro”, salientou Nabeel Rehemtulla, da Northwestern.

Apesar de as supernovas serem eventos brilhantes e energéticos, não são assim tão comuns ou simples de detetar. Os métodos tradicionais de deteção dependem de astrónomos para inspecionar visualmente grandes volumes de dados de telescópios robóticos que examinam continuamente o céu noturno em busca de novas fontes de luz.

Liliana Malainho, ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.