Hungria. Anúncio da Coca-Cola com beijo gay enfurece partido nacionalista no poder

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Um cartaz da Coca-Cola, que mostra um casal gay a beijar-se e outros casais do mesmo sexo, está a enfurecer o partido nacionalista húngaro liderado por Viktor Orbán. Integrado na campanha ‘Amor é amor’, os cartazes da Coca-Cola estão expostos no Sziget Festival, um dos maiores festivais de música em Budapeste.

Segundo noticiou o Expresso na terça-feira, os cartazes estão a ser alvo de fortes críticas por parte do partido nacionalista no poder e de ativistas da extrema direita.

O vice-porta-voz do partido Fidesz (União Cívica Húngara), István Boldog, foi mesmo mais longe ao propor o boicote à marca, considerando que se trata de uma campanha de “provocação” que tem como público alvo mais de meio milhão de pessoas, que são esperadas no evento.

Contudo, a empresa garantiu que não vai retirar os anúncios do festival de música na Hungria, sublinhando que veiculam acima de tudo os valores da marca. “A Coca-Cola luta pela diversidade, inclusão e igualdade na empresa e apoia também esses direitos na sociedade. Como apoiantes da comunidade LGBTQI, acreditamos que todos têm o direito de amar a pessoa que escolhem”, declarou o porta-voz da Coca-Cola, citado pela CNN.

Os cartazes mostram imagens de casais homossexuais a beijar-se, a sorrir e a beberem Coca-Cola juntos, acompanhados com a frase: “Zero açúcar, zero preconceito”.

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Publicado por Coca-Cola em Domingo, 4 de agosto de 2019

Também o Partido Lei e Justiça criticou o teor da campanha da Coca-Cola, à semelhança de vários ativistas de extrema-direita, que apelaram à multinacional para retirar os cartazes. Entretanto, foi lançada uma petição ‘online’ no mesmo sentido, que já conta com mais de 50 mil assinaturas.

“Não tenhamos ilusões, esta campanha é um teste. Se a sociedade húngara aceitar isto, haverá mais e mais passos. Cartazes, anúncios, filmes, produtos com as cores do arco-íris, etc. E se não continuarmos a travar este movimento, será cada vez mais difícil de parar”, pode ler-se no texto da petição.

Já Tamás Dombos, membro do grupo Háttér, de defesa dos direitos dos homossexuais, condenou a atitude “homofóbica” do partido no poder na Hungria desde 2010.

“Depois da União Europeia, dos migrantes e mesmo dos sem-abrigo, agora são as pessoas da comunidade LGBTQ que estão a ser atacadas pelo Governo”, concluiu o responsável, citado pelo Guardian.

TP, ZAP //

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