Humorista Léo Lins condenado a 8 anos de prisão por piadas ofensivas. Fernando Rocha está revoltado

8

Instagram

Humorista brasileiro terá feito piadas preconceituosas sobre minorias sociais. Comediante português diz que lutará para que “a comédia em Portugal seja livre”. 

O humorista brasileiro Léo Lins foi condenado a oito anos e três meses de prisão por contar piadas consideradas preconceituosas por um Tribunal de São Paulo.

O exercício da liberdade de expressão não é absoluto nem ilimitado, devendo se dar em um campo de tolerância e expondo-se às restrições que emergem da própria lei”, lê-se no documento, citado pelo Sapo.

“No caso de confronto entre o preceito fundamental de liberdade de expressão e os princípios da dignidade da pessoa humana e da igualdade jurídica, devem prevalecer os últimos”, lê-se ainda.

O conteúdo das suas piadas terá sido ofensivo para negros, membros da comunidade LGBTQIA+, idosos, portadores do vírus HIV, homossexuais, evangélicos, judeus, indígenas, pessoas com deficiência, nordestinos e obesos.

Em causa está um espetáculo de stand-up, “Leo Lins — PERTURBADOR” com partes publicadas no YouTube e outras redes sociais, que remota já a 2022.

“Um triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil, diante de uma condenação equiparada à censura“, escreveram os advogados do comediante.

“Pode-se não achar a menor graça ou até detestar as piadas de Leo Lins, mas condená-lo à prisão por elas é uma insanidade e um des-serviço. Espero que essa decisão completamente descabida seja revertida”, reagiu um dos criadores do grupo humorístico Porta dos Fundos, António Tabet.

Em Portugal, o humorista Fernando Rocha já criticou a situação. “É por isto que eu lutarei até às minhas últimas forças para que a comédia em Portugal seja livre. Isto está num ponto que já nem se pode escrever palavras que estão no dicionário sem asteriscos e cardinais”, afirmou no Instagram.

ZAP //

8 Comments

    • Sim, porque a direita é de uma tolerância em relação à comédia!!! Então se envolver religião só não matam se não puderem.

      7
      2
    • Touradas, marchas populares , festarolas das flores, procissões carregando andores com bonecos de pau, teatro de revista, pimbalhada e outras manifestações de atentado à inteligência são toleradas e promovidas para estupidificar e alienar a malta que não pensa pela sua cabeça.

      5
      1
  1. As “piadas com minorias” envolveram apologia a crimes como estupro de menores. Quem concorda com isso é tão doente quanto ele. Quero ver se na cadeia fizerem com ele o que ele acha tão engraçado.

    3
    2
  2. Não conheço as “piadas envolvidas” que levaram a esta situação… Fernando Rocha poderia replicar as tais piadas e publicar no Youtube pois a comédia é livre… gozar com os outros em palco chama-se de comédia… já agora antes de insultarmos alguém temos que dizer antes “olha vou fazer um bocado de comédia, atenção que piada não é crime” depois insultamos, e esperamos pelos aplausos, em seguida revoltamo-nos ou ainda comentamos o facto de não terem achado piada… ou podemos agarrá-los pelo pescoço como o outro fez…

  3. “A maturidade de saber rir (mesmo quando parece ser de nós)”

    Aceitar uma piada que parece dirigida a nós exige um grau elevado de maturidade emocional. Quando sentimos que uma piada nos atinge, o impulso imediato é assumir que fomos alvo de um ataque, mas na verdade, essa reação diz mais sobre nós do que sobre quem a fez.

    Sentir-se ofendido não é algo que nos acontece de fora para dentro, é uma resposta interna, nasce da forma como interpretamos as palavras, filtradas pelas nossas inseguranças, feridas ou convicções. Ter consciência disso, reconhecer que a dor ou desconforto que sentimos diante do humor vem da nossa própria leitura emocional, é um sinal claro de autoconsciência e crescimento pessoal.

    Claro que há piadas de mau gosto, infelizes ou mesmo insensíveis. Mas mesmo nesses casos, a responsabilidade pelo que sentimos é nossa. O humorista não controla os nossos sentimentos; apenas lança uma provocação, uma ideia, muitas vezes com o intuito de gerar reflexão, desconforto ou riso.

    Por outro lado, reagir com hostilidade ou exigir censura revela precisamente o oposto: insegurança, falta de controlo emocional e dificuldade em lidar com ideias que nos desafiam. E isso, por mais desconfortável que seja reconhecer, não é culpa de quem fez a piada é uma responsabilidade pessoal.

    Em vez de apontar o dedo ao humorista, talvez o caminho mais produtivo seja olhar para dentro e perguntar:: “porque é que isto me afetou tanto?”.

Responder a O liberal Cancelar resposta

Your email address will not be published.