José Coelho / Lusa
O centro hospitalar comprou uma câmara PET/CD, um angiógrafo digital e um acelerador linear. O investimento foi financiado por fundos europeus.
O Hospital de São João, no Porto adquiriu mais três equipamentos que vão permitir saber no momento do diagnóstico a localização do tumor responsável pelo cancro, escreve o JN.
O centro hospitalar comprou uma câmara PET/CD, um angiógrafo digital e um acelerador linear que vão permitir um recurso à radioterapia com uma maior garantia de que “estruturas vitais” escapam às radiações.
De acordo com Miguel Barbosa, diretor do serviço de oncologia do São João, a câmara PET/CD identifica onde estão as células do tumor com uma injeção de açúcar, já que estas são as que consomem mais açúcar. O aparelho tem sido muito usado, o que permitiu a redução do tempo de espera dos pacientes.
O segundo aparelho é um angiógrafo digital integrado com TAC que “permite, em tempo real, adquirir imagens do doente em TAC e intervir“, podendo evitar a realização de cirurgias ou ser usado para doentes que não as possam fazer.
“É uma intervenção direta no doente e é um tratamento dirigido ao tumor. Permite-nos, por exemplo, embolizar o tumor, impedir o acesso dele à irrigação sanguínea e a nutrientes. Utilizamos esta técnica com tumores do fígado”, reforça o clínico, que nota que o procedimento pode ser feito com uma “pequena agulha que queima o tumor”.
Já o acelerador linear recorre à radioterapia e é importante no combate a “tumores mais perto de estruturas vitais” e que os médicos querem “evitar irradiar”.
“A radioterapia era muito tóxica porque emitia-se uma radiação a uma área alargada”, explica Miguel Barbosa. No entanto, o novo aparelho vai permitir aos clínicos “desenhar melhor os campos de intervenção e ter mais sucesso a tratar os doentes”, emitindo radiação “mais intensa onde o tumor é muito expressivo”.
O investimento total do hospital foi de 7,6 milhões de euros e foi co-financiado por fundos europeus.
