Um caso recente de uma superbactéria num hospital na Alemanha revela que, às vezes, mais vale lavar as roupas no ciclo quente, sobretudo quando pertencem a pessoas doentes ou mais vulneráveis.
De acordo com o Science Alert, depois de 13 recém-nascidos e uma criança de um hospital na Alemanha terem sido infetadas com a superbactéria Klebsiella oxytoca, uma investigação descobriu que a máquina de lavar roupa no mesmo andar onde se encontravam foi a principal culpada.
Os investigadores identificaram vestígios do patógeno nas superfícies e nas sobras da água da máquina de lavar. Ao que tudo indica, a bactéria terá sido transmitida através dos chapéus e meias de malha que estavam na máquina.
Felizmente, nenhuma das crianças ficou gravemente doente, mas a situação é um aviso para a necessidade de diretrizes e padrões rígidos quando se trata de limpar roupa e outros objetos, sobretudo em locais onde se encontram pessoas doentes e mais vulneráveis.
Quando a máquina de lavar foi removida do hospital, a colonização por K. oxytoca desapareceu. O estudo de caso concluiu que enxaguar as roupas no final da lavagem com água fria, sem detergente, pode ter permitido que a bactéria prosperasse. A humidade dos quartos do hospital, ao permitir que a água residual condensasse na vedação de borracha da porta, também não terá ajudado.
“Este é um caso altamente incomum para um hospital, pois envolve uma máquina de lavar de uso doméstico”, diz a higienista Ricarda Schmithausen, da Universidade de Bonn.
Tal como destaca a investigadora, o eletrodoméstico em questão não atendia aos padrões de higiene atuais do país para uso hospitalar, embora estivesse tecnicamente localizada fora da lavandaria principal e usada apenas para as roupas das mães e dos bebés.
Neste caso, as consequências foram mínimas. No entanto, uma infeção causada por esta superbactéria pode causar problemas gastrointestinais e respiratórios (ou até morte), havendo poucos antibióticos que possam ser usados no seu tratamento.
O Science Alert destaca que, como é óbvio, os riscos das superbactérias num hospital são bastante diferentes daquilo que podemos esperar em nossa casa. Os ciclos de baixa temperatura ainda são perfeitamente adequados para roupas comuns, desde que sigamos as instruções de lavagem.
Porém, este caso mostra que talvez seja necessário analisar mudanças no design e nos processos das máquinas de lavar para impedir que esses dispositivos alojem superbactérias, especialmente nos casos de pacientes (e isso aplica-se a casas e hospitais).
“Se se trata de pessoas idosas, com feridas abertas ou cateteres na bexiga, ou pessoas mais jovens, com lesões supurantes ou infeções, a roupa deve ser lavada a temperaturas mais altas, ou com desinfetantes eficientes, para evitar a transmissão de patógenos perigosos”, diz o higienista Martin Exner, da Universidade de Bonn.
A investigação foi publicada na revista científica Applied and Environmental Microbiology.
É muito simples a desinfecção de roupas.
Se deve usar alvejante sem cloro para roupas coloridas e com cloro para roupas brancas.
Por este motivo as roupas hospitalares são brancas, para melhorar a qualidade da desinfecção.