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Hospital desligou ventilador a grávida em morte cerebral

DR Erick Muñoz

Erick Muñoz junto a um quadro com Marlise e o filho de 15 meses

Erick Muñoz junto a um quadro com Marlise e o filho de 15 meses

O hospital John Peter Smith, em Fort Worth, no Texas (EUA), desligou os sistemas de apoio de vida de Marlise Munoz, de 33 anos, grávida e em morte cerebral, depois de uma resolução judicial ter dado razão à família.

Marlise Muñoz foi encontrada inconsciente no chão da cozinha há dois meses. A mulher de 33 anos estava grávida de um feto com 14 semanas, que agora teria 22 semanas mas que apresentava deformidades, de acordo com os advogados da família.

Os pais de Marlise e Erick Muñoz, o marido, pediram a um tribunal que as máquinas fossem desligadas, já que foi esse o desejo expresso da mulher se uma situação destas surgisse.

No Texas, tal como em outros cerca de 20 estados norte-americanos, a lei proíbe que o suporte de vida seja desligado caso a doente esteja grávida.

A lei, aprovada em 1989 e modificada em 1999, estabelece que ninguém pode suspender um tratamento para manter artificialmente a vida se a doente estiver grávida.

O hospital, que durante estes 2 meses se manteve reticente e contrariou a posição da família, anunciou que ia acatar a decisão judicial.

Os advogados da família, em nome de Erick Munoz, informaram que o corpo foi desligado do ventilador às 11:30 locais (17:30 em Lisboa).

Marlise estava grávida de 14 semanas, mas o feto sofria de hidrocefalia, transtorno gerado pela acumulação de água em excesso no cérebro e que, geralmente, destrói as principais funções cerebrais e pode provocar paralisia.

A família de Marlise defendeu esta solução desde o primeiro momento, quando a antiga paramédica sofreu uma embolia cerebral e foi declarada em situação de morte cerebral. Marlise nunca se mostrou favorável à manutenção artificial da vida.

Depois de na sexta-feira o juiz ter dado razão à família, este sábado os dirigentes do hospital debateram se deviam respeitar a sentença, tendo finalmente anunciado que ia desligar os sistemas de apoio de vida, “já que isso era uma decisão familiar”.

ZAP/Lusa

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