Hospitais de Lisboa poderão atingir limite de camas em UCI para doentes covid na próxima semana

A taxa de ocupação em unidades de cuidados intensivos (UCI) para doentes com covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo é de 72%. 

Em declarações ao jornal Público, João Gouveia, presidente da Comissão de Acompanhamento da Resposta Nacional em Medicina Intensiva (CARNMI), adiantou que as previsões apontam para que Lisboa e Vale do Tejo atinja a marca dos 100 doentes com covid-19 em Unidades de Cuidados Intensivos “durante a próxima semana”.

“Isso obriga-nos a ter 120/125 camas de cuidados intensivos dedicados à covid-19 abertas durante esta semana”, acrescentou o responsável ao matutino, destacando que será “muito difícil conseguir subir além deste número” não só por questões relacionadas com recursos humanos mas também devido a “algumas obras” nalguns hospitais.

João Gouveia admitiu que “mesmo este número vai ser difícil de atingir” e explicou que, caso seja necessário abrir mais camas nesta região para doentes covid-19, “vai ter de haver um desvio de atividade não-covid para covid e vai ter de se ir buscar outra vez pessoal a outras especialidades e atividades”.

“É o que ninguém quer. Se atrasarmos a atividade programada vamos ter mais alguns doentes que vão ficar para trás, mais diagnósticos que não vão ser feitos, mais tratamentos que vão ser atrasados. Todos os esforços devem ser feitos para que isto não aconteça”, apelou.

João Gouveia também admitiu a possibilidade de se transferir doentes de Lisboa e Vale do Tejo para outras regiões do país, mas explicou que “isto só é possível depois de todos os hospitais terem aumentado os seus planos de contingência até ao limite sem interferir significativamente com a atividade habitual”.

Segundo o presidente da CARNMI, “neste momento, em UCI em Lisboa e Vale do Tejo a taxa de ocupação covid é de 72%“. De acordo com os dados fornecidos ao mesmo jornal pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, relativos a sábado, há 277 doentes covid-19 internados nos hospitais da região e 76 pessoas com a doença em cuidados intensivos.

ZAP //

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