O mistério em torno do assassinato de Olof Palme, primeiro-ministro da Suécia, pode ter finalmente desvendado. As autoridades suecas vão apresentar na quarta-feira as conclusões da investigação, 34 anos depois do crime.
De acordo com o jornal britânico The Guardian, as conclusões de uma investigação sobre um dos casos mais infames do mundo, o assassinato do primeiro-ministro sueco Olof Palme em 1986, serão finalmente divulgadas em Estocolmo na quarta-feira.
Em 28 de fevereiro de 1986, depois de sair do cinema com a sua mulher, Olof Palme, foi morto a tiro no centro da cidade de Estocolmo. Palme era uma referência da social-democracia nórdica e do socialismo “de rosto humano” – em contra ponto ao socialismo de raiz comunista.
Em fevereiro deste ano, o procurador Krister Petersson, responsável pela investigação desde que foi reaberta em 2016, anunciou que esperava esclarecer o que aconteceu naquela fatídica noite ainda antes do verão. Petersson anunciou que as autoridades suecas estavam convencidas de que tinham “uma ideia muito clara” do que aconteceu naquela noite.
Segundo o jornal sueco Aftonbladet, a polícia pode ter em sua posse a arma utilizada no crime. De acordo com a BBC, as balas recuperados no local do crime confirmam que o assassino utilizou uma Magnum .357, uma arma muito poderosa.
Investigadores suecos encontraram-se em março, em Pretória, com investigadores sul-africanos. Esta tese é partilhada por Goran Björkdahll, diplomata sueco, que está convencido de que o regime sul-africano ordenou o assassínio de Olof Palme.
Nos anos 1980, mais de dez mil pessoas foram interrogadas e 134 declararam-se culpadas mas o crime continua por resolver. O Caso Olof Palme reúne milhares de documentos que ocupam 250 metros de estantes.
Olof Palme foi o primeiro-ministro da Suécia entre 1969 e 1976 e novamente entre 1982 e 1986. Defensor dos direitos humanos, era anti-colonialista e crítico das intervenção dos Estados Unidos na América do Sul. Denunciou o apartheid na África do Sul, a invasão soviética da Hungria em 1956, a da Checoslováquia em 1968 e a do Afeganistão em 1978.
Alguns suecos acreditavam que Palme era um espião da KGB, o que, após o seu assassinato, motivou as mais diversas especulações sobre a intromissão da polícia secreta soviética na questão. Outros dados como autores do crime foram separatistas curdos, os serviços de segurança da África do Sul, a polícia secreta da antiga Jugoslávia e um grupo de extrema-direita sueco.