Ni et al., The Innovation, 2021

E se, em vez de ser considerado uma nova espécie humana, olharmos para o famoso “homem dragão” como parte de um grupo mais vasto dos nossos antepassados? Ganhámos o primeiro crânio completo de um Denisovano.
O crânio do “homem-dragão” descoberto nos anos 30 por um trabalhador de uma ponte era, até agora, considerado até agora o único representante de uma espécie humana antiga, é afinal parte de um grupo mais vasto dos nossos parentes extintos — os Denisovanos.
Em 2021, o crânio foi classificado como uma nova espécie humana antiga, o Homo longi, mas uma nova investigação refuta essa classificação.
A paleontóloga Qiaomei Fu liderou recentemente dois estudos, um publicado na Science e outro na Cell, nos quais a equipa recuperou proteínas do osso petroso do crânio — um dos mais densos do corpo humano. Também conseguiram extrair ADN mitocondrial a partir da placa bacteriana nos dentes do “homem-dragão”.
“A descoberta de que o ADN humano do espécime de Harbin está melhor preservado no cálculo dentário do que nos ossos densos, incluindo o osso petroso, sugere que o cálculo dentário pode ser uma fonte valiosa para investigar o ADN em hominínios do Pleistocénico Médio”, escrevem os autores.
Mas o ADN mitocondrial do “homem-dragão” revela uma relação ao nível da espécie com pelo menos cinco outros indivíduos denisovanos conhecidos a partir de fósseis encontrados na Sibéria, explica a Science Alert.
E entre os fragmentos de aminoácidos de 95 proteínas encontrados no seu crânio, quatro eram inequivocamente denisovanos, e três coincidiam diretamente.
Até podemos ter “perdido” uma espécie humana, mas ganhámos o primeiro crânio completo de um denisovano.