Lenda nórdica era mesmo verdade: o “Homem do Poço” foi encontrado

Åge Hojem / NTNU

Uma história nórdica com 800 anos sobre um ataque militar foi recentemente confirmada por uma análise de ADN, ligando a lenda a provas científicas.

A história, registada na Sverris Saga, descreve acontecimentos da vida do rei Sverre Sigurdsson da Noruega, em particular um ataque em 1197 d.C. que envolveu um incidente no Castelo de Sverresborg, na Noruega.

A Saga de Sverris faz parte de uma coleção de sagas nórdicas antigas conhecidas como Sagas dos Reis, que descrevem em pormenor a vida dos monarcas noruegueses. Escrita por volta de 1185 d.C. com a colaboração do rei Sverre, relata batalhas e confrontos do rei com outros nobres noruegueses.

Num dos episódios, um corpo é atirado para um poço do castelo, possivelmente para contaminar a fonte de água durante um ataque, descreve a revista Cosmos.

Em 1938, foram descobertos restos humanos no mesmo poço descrito na saga. Na altura, os investigadores apenas puderam fazer uma análise limitada. No entanto, com os recentes avanços na tecnologia de ADN, cientistas da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia conseguiram verificar a ligação do esqueleto à saga.

Os detalhes da descoberta do chamado “Homem do Poço” foram recentemente publicados na revista iScience.

“Esta é a primeira vez que uma pessoa descrita nestes textos históricos foi efetivamente encontrada”, disse Michael D. Martin, do museu universitário, em Trondheim. “Existem muitos vestígios medievais e antigos em toda a Europa e, cada vez mais, estão a ser estudados com métodos genómicos”.

A datação por radiocarbono confirmou que os ossos têm aproximadamente 900 anos, o que corresponde à cronologia da saga. A análise do ADN revelou que o “Homem do Poço” tinha provavelmente cerca de 30-40 anos na altura da sua morte. O seu ADN sugere que tinha olhos azuis e cabelo loiro ou castanho claro. A sua ascendência aponta para a região da atual Vest-Agder, no sul da Noruega.

“O texto não é absolutamente correto – o que vimos é que a realidade é muito mais complexa do que o texto”, alertou, ainda assim, Anna Petersén, do Instituto Norueguês de Investigação do Património Cultural.

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