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El Salvador em choque com assassinato à facada de hipopótamo

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A quantidade de ferimentos no rosto do Gustavito sugere que o animal tentou defender-se das facadas

A quantidade de ferimentos no rosto do Gustavito sugere que o animal tentou defender-se das facadas

Um dos animais mais famosos de El Salvador foi brutalmente assassinado dentro do Jardim Zoológico nacional na semana passada. O hipopótamo Gustavito, de 15 anos, foi espancado e atingido com armas pontiagudas dentro da sua jaula.

A polícia ainda está a tentar identificar os autores deste ataque “cobarde e desumano”, e pretende descobrir qual terá sido a sua motivação.

Segundo Will Grant, repórter da BBC na América Central, apesar de o país não se admirar com assassinatos há muito tempo, a crueldade extrema que atingiu Gustavito despertou uma onda de ira e tristeza entre a população.

Na noite seguinte ao ataque, que aconteceu na madrugada de terça para quarta-feira, os funcionários do zoológico perceberam que o animal se recusava a alimentar-se e a sair da piscina da jaula.

O comportamento estranho do animal foi o ponto de partida para que se identificassem cortes e hematomas no rosto e no pescoço do Gustavito, que também apresentava sinais claros de stress e agonia.

De acordo com equipa de veterinários, o hipopótamo apresentava “cólicas e dor abdominal”. A grande quantidade de ferimentos na cabeça do animal sugere que este se tentou defender das facadas.

As autoridades locais anunciaram que será iniciada uma investigação para identificar os assassinos, e o Jardim Zoológico de El Salvador está fechado desde sexta-feira como medida de segurança.

Parque Zoológico Nacional de El Salvador

Gustavito não resistiu aos ferimentos e morreu no último domingo

Gustavito não resistiu aos ferimentos e morreu no último domingo

“Fui testemunha do duro trabalho dos veterinários e biólogos para salvar a vida do Gustavito”, disse a Ministra da Cultura Silvia Elena Regalado.

“Agradeço a demonstração incondicional de profissionalismo, já que passaram dias e noites com os procedimentos necessários para reestabelecer a sua saúde, dada a brutalidade com que o animal foi agredido”, acrescentou.

Enquanto isso, a população de El Salvador expressa tristeza e repulsa nas redes sociais. Muitos pedem investigações sobre a estrutura do Jardim Zoológico, na tentativa de entender como é que um ataque desta natureza pode acontecer tão facilmente. No Twitter, a frase mais publicada é: “Perdoa-nos, Gustavito”.

O hipopótamo chegou a El Salvador em outubro de 2004, de acordo com o site local El Faro. Antes dele, o hipopótamo Alfredito viveu no Jardim Zoológico do país durante 26 anos, até morrer em 2004.

Os deputados locais propuseram nesta segunda-feira uma reforma no Código Penal para garantir penas entre quatro e seis anos em casos de maus-tratos contra animais.

“O ato de crueldade contra o hipopótamo, um animal que não apresentava perigo para ninguém, é um reflexo da nossa sociedade doente e violenta”, disse o documento proposto pela deputada Patricia Valdivieso.

As enormes taxas de violência e homicídios no país explicam-se, principalmente, através de lutas entre gangues, conhecidas na região como “maras” e presentes em toda a América Central.

Estes grupos criminosos surgiram inicialmente nas ruas de Los Angeles, nos EUA, em 1980. Eram formados, na maioria, por filhos de migrantes que fugiam da guerra civil que atingia o país.

Quando a guerra terminou, em 1992, muitos destes jovens voltaram para a sua terra natal, trazendo consigo a cultura dos gangues americanos.

ZAP // Rede GNI

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4 Comments

  1. E depois admiram-se da vitória de Trump e de outros que hão de surgir e quando se vê por aqui “gente” a defender a liberalização de drogas ainda dá mais que pensar, dá-nos a sensação de que alguns nos tentam impingir a ideia de que hoje quem não for anormal não está dentro da normalidade.

  2. Decadência não podia estar mais de acordo com o que descreve… subscrevo!!!! Miséria de seres humanos…estamos a acabar com tudo de bom que o mundo nos deu a conhecer.

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