Um estudo de investigadores da Universidade de Bergen, na Noruega, revela que as pessoas hipocondríacas são mais propensas a desenvolver realmente alguns problemas de saúde graves, como doenças cardíacas.
Segundo reporta a CNN, os especialistas avaliaram 7 mil pessoas e afirmam que 3,3% dos inquiridos tiveram um ataque cardíaco durante os 13 anos de desenvolvimento do estudo.
Os autores do estudo publicado na revista científica BMJ Open concluíram que os indivíduos com altos níveis de ansiedade foram 70% mais propensos a desenvolver uma doença cardíaca.
Ou seja, os hipocondríacos correm um maior risco de desenvolver doenças do foro cardíaco face às pessoas que vivem “despreocupadas”.
“O stress faz-nos produzir cortisol, hormona que a curto prazo nos dá energia, mas a longo prazo e em altas doses, pode ter efeito corrosivo em vários órgãos e aumentar, por exemplo, a aterosclerose, que é um fator de risco para a doença cardíaca”, explicou Ian Robertson, autor do livro “The Stress Test“.
O co-autor do estudo, Line Iden Berge, disse que antes de iniciar a investigação pensava que as conclusões seriam as opostas – porque os hipocondríacos devem monitorizar a saúde mais frequentemente e realizar mais exames médicos.
No entanto, esses comportamentos não se relacionaram com uma diminuição do risco de doenças cardíacas.
Cerca de 2% da população mundial sofre de hipocondria, um estado do foro psicológico em que a pessoa tem tendência a sobrevalorizar sensações subjetivas, atribuindo-as a alterações ou a doenças orgânicas inexistentes, podendo mesmo convencer-se de que tem doenças muito graves ou mesmo incuráveis.
Ainda que essas “sensações” não sejam reais, sabe-se agora que o problema pode mesmo tornar-se realmente físico.
ZAP / Move