Para além do apresentador, também Carlos Pinto Gomes e Maria Cunha Louro estão a ser alvo de processo.
O jornalista e apresentador Hernâni Carvalho está a ser alvo de um processo instaurado pelor guardas prisionais no âmbito de declarações feitas no programa “Linha Aberta“, o qual apresenta diariamente na SIC. Em causa está a notícia referente a um recluso da cadeia de Alcoentre, na Azambuja, que terá sido apanhado no exterior da cela com 41 telemóveis.
Após as declarações, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) reagiu, em comunicado, dando conta da sua intenção de avançar com um processo não só contra o apresentador, mas também contra os restantes colaboradores do programa de televisão: Carlos Pinto Gomes, antigo Coordenador de Investigação da Polícia Judiciária, e Maria Cunha Louro, Piscóloga Forense.
“O recluso conseguiu passar por entre o gradeamento da cela, durante a madrugada”, justificam os representantes dos guardas, apoiando-se nas imagens de segurança. Asseguraram ainda que é mentira o facto de a porta estar aberta. “Os responsáveis pelo programa, nomeadamente o jornalista que o apresenta, não tentou sequer ouvir o Corpo da Guarda Prisional.”
A intenção do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional já foi comentada por Hernâni Carvalho, em declarações ao Correio da Manhã. “É a democracia a funcionar. Há pessoas que não conhecem a ironia. Só lamento que não se queixem quando os defendo, como aconteceu hoje de manhã [quarta-feira, 1 de fevereiro]”.
O caso tornou-se conhecido no início do mês de janeiro, quando o mesmo jornal noticiou a existência de um esquema de burlas, elaborado por dois reclusos, os quais receberam mais de 500 mil euros.
Apesar de detidos, os dois homens simularam que trabalhavam para empresas na área da construção civil, hotelaria, transportes e seguros. Sob pretexto da entrega de mercadorias e contratação de serviços, recebiam as verbas através de transferência MB Way, contando com cúmplices no exterior do estabelecimento prisional.
Um dos detidos é Allan Sharif, conhecido como o “génio do crime” e por ter assaltado um banco nos Estados Unidos da América com ameaça de bomba. O outro é José Coelho.