Havia um dragão na Grande Muralha da China

Uma equipa de arqueólogos descobriu na Grande Muralha da China uma escultura detalhada de um dragão, além de armas e objetos pessoais de soldados numa torre de guarda da dinastia Ming.

A Grande Muralha é uma série de fortificações que foram construídas ao longo das fronteiras históricas no norte dos antigos estados chineses e da China Imperial.

A muralha tinha múltiplos propósitos — seja como defesa contra invasores, controlo fronteiriço de mercadorias ao longo da Rota da Seda e regulação da imigração e emigração.

Segundo o HeritageDaily, a descoberta foi feita por membros do Instituto de Arqueologia de Pequim, que estavam a explorar a torre nº120 da muralha numa área de floresta densa no cume de uma montanha.

Enquanto escavavam um corredor no interior da torre, os arqueólogos depararam-se com um elemento arquitetónico com escamas esculpidas. Ao removerem camadas de terra, encontraram uma cauda, garras e, por fim, a cabeça de uma escultura de dragão esculpida.

“É possível ver que as escamas do corpo são muito delicadas e que os pormenores da boca, olhos, nariz, entre outros, estão todos esculpidos. Pode imaginar-se que, na dinastia Ming, a torre nº120 era muito alta, e os pormenores arquitetónicos eram também muito requintados”, explica Shang Heng.

A dinastia Ming governou a China de 1368 a 1644. Fundada por Zhu Yuanzhang, é conhecida pela sua estabilidade, prosperidade económica, avanços culturais e um governo centralizado.

A escultura teria sido originalmente colocada no telhado da torre, o que indica que o defensor da torre tinha um estatuto elevado no exército imperial Ming.

As escavações revelaram também uma “barra de ferro” preta e vermelha, do tamanho da palma da mão, com um anel semicircular, identificada como a sub-arma de uma lança portuguesa introduzida pela primeira vez a partir da Europa durante o período Jiajing da Dinastia Ming.