Hacker luso-russo geria “supermercado” de dados roubados num esconderijo em Gaia

O pirata é suspeito de vender dados informáticos roubados, como PINs de cartões bancários, a partir de um apartamento em Vila Nova de Gaia.

Começou esta segunda-feira, no Tribunal de São João Novo no Porto, o julgamento de Sergey Gusev, um cidadão russo acusado de operar um mercado online de venda de dados roubados.

De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), este “supermercado” digital, gerido a partir de um apartamento em Vila Nova de Gaia, teria gerado lucros ilegais superiores a 678 mil euros, principalmente através da venda de credenciais de cartões de crédito.

Sergey Gusev, que se encontra em prisão preventiva há cerca de um ano, optou por não prestar declarações na abertura do julgamento, onde se dedicou a tomar apontamentos enquanto a primeira e única testemunha do dia, um perito da Polícia Científica da PJ, descrevia as atividades do “Verified Forum”.

Este site, acessível tanto na internet comum quanto na Dark Net, especializava-se na comercialização de conteúdos ilícitos como vírus informáticos, bases de dados pessoais e informações de meios de pagamento, explica o JN.

A investigação, que teve início a partir de uma comunicação do FBI, revelou que Gusev era um dos administradores técnicos do fórum desde 2018. Durante uma busca domiciliária, a PJ apanhou-o em flagrante a operar na plataforma, com evidências de milhares de transações e taxas pagas pelos utilizadores.

Embora o perito tenha confirmado que Gusev possuía acesso completo aos servidores e geria as contas de utilizadores, não foi capaz de confirmar se ele promovia ou mediava transações de dados obtidos de forma fraudulenta, como alega a acusação. Da mesma forma, não foi possível determinar o montante exato ganho por Gusev através de atividades ilícitas, e também não foi feita uma análise de criptoativos ou da sua carteira digital.

O MP acusa Gusev de associação criminosa, aquisição de cartões de pagamento, sabotagem informática, acesso ilegítimo e branqueamento de capitais, alegando que o réu lucrou, pelo menos, 687 789 euros, pagos em moeda digital. Este valor é pedido para ser confiscado pelo Estado.

O julgamento vai continuar no dia 2 de maio, onde mais detalhes deverão ser discutidos.

ZAP //

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