Entram em funcionamento a partir deste sábado mais 25 radares de controlo de velocidade nas estradas portuguesas — em locais onde, segundo a Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária, nos últimos cinco anos perderam a vida 115 pessoas, uma média de 23 vítimas mortais por ano.
Os 25 novos radares do Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO) entram em funcionamento este sábado.
Segundo a Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária (ANSR), 11 destes radares são para controlo de velocidade média, e os restantes 14 vão controlar velocidade instantânea.
Os 25 novos radares juntam-se aos 98 já existentes no SINCRO e, entre outros locais, vão ser instalados no IC2 (Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro), A29 (Santa Maria da Feira, em Aveiro, e Vila Nova de Gaia, no Porto), IC1 (Santana da Serra, concelho de Ourique, distrito de Beja), IP3 (Coimbra).
Estão também instalados novos radares na EN18 (Évora), EN 125 (Albufeira, Faro), EN 6-7 (Carcavelos e Parede, em Cascais), IC17 (Loures), A43 (Campanhã, Porto) e no IC1 (Poceirão e Marateca, em Palmela-Alcácer do Sal).
A ANSR explica, em nota publicada no seu site, que os locais dos novos radares, incluindo 37 instalados em setembro de 2023, foram selecionados com base no excesso de velocidade registada naqueles locais, que se revelou relevante para a sinistralidade grave.
Nestes locais, nos últimos cinco anos, perderam a vida 115 pessoas, uma média de 23 vítimas mortais por ano.
No total do sistema SINCRO, a funcionar há oito anos, verificou-se uma “redução significativa” da sinistralidade nos locais onde foram instalados os radares: menos 36% de acidentes com vítimas, menos 74% de vítimas mortais, menos 44% de feridos graves e menos 36% de feridos leves.
A ANSR lembrou que tem adotado uma política de total transparência na localização dos radares, divulgando antecipadamente os locais de instalação destes equipamentos, “maximizando a capacidade dos radares para salvar vidas, nomeadamente através da adoção de comportamentos adequados ao volante”.
A este respeito, referiu que a taxa de infração (nº de infrações/n.º de veículos fiscalizados) dos radares foi sempre reduzida – quando comparada com outros radares não publicitados -, com 0,55% em 2018, o que representa menos de seis veículos por cada 1.000 fiscalizados.
Esta taxa continuou a baixar e, nos primeiros cinco meses de 2024, chegou aos 0,29%.
A lista completa dos locais em que estão instalados o radares em Portugal Continental pode ser consultada aqui.
Radares de velocidade média
Dos 25 novos dispositivos, 11 são radares de controlo de velocidade média, que medem o tempo que um veículo leva para percorrer uma distância específica entre dois pontos de controlo.
O primeiro dispositivo regista a matrícula e a hora exata a que passou pelo radar. Mais à frente, um outro dispositivo fará o mesmo, sendo assim possível calcular a velocidade média a que o condutor circulava, sabendo-se assim se conseguiria percorrer esse percurso no tempo determinado sem ir em excesso de velocidade.
Este novo método contrasta com o uso tradicional de radares, que registam a velocidade dos veículos num momento específico à medida que passam por um ponto de controle. O objetivo é evitar que os condutores abrandem quando passam pelo radar e que acelerem logo depois. As multas variam entre os 600 e os 2500 euros.
ZAP // Lusa