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Há “máfia” no clube de Scolari

Antigo diretor do Cruzeiro conta que viu “muita coisa errada” nos bastidores do clube que pode descer à terceira divisão do Brasil.

2020 está a ser um ano difícil para muitos clubes – um deles é o Cruzeiro, sem dúvida. Depois de bons desempenhos internos nos últimos anos, de presenças na Libertadores, a equipa brasileira está na segunda divisão nacional e apenas um lugar acima da zona de descida para o terceiro escalão. Na Taça do Brasil, não passou da terceira eliminatória e, no campeonato mineiro, não foi além da fase de grupos.

Em outubro, Ney Franco foi afastado do comando técnico e, após várias tentativas frustradas, foi confirmado o regresso de Luiz Felipe Scolari. Quando o antigo selecionador de Portugal pegou na equipa, o Cruzeiro estava no 19.º posto; agora não está muito melhor, ocupando a 16.ª posição e conseguindo só um triunfo nos últimos quatro jogos.

No entanto, refira-se que o Cruzeiro só perdeu uma vez desde que Scolari passou a ser o treinador. Essa derrota aconteceu precisamente no último jogo, no sábado passado, quando o Cruzeiro perdeu em casa por 1-2 contra o Confiança.

Há problemas no futebol exibido e há problemas longe dos relvados. Um antigo diretor do emblema de Belo Horizonte assegura que há desvios dentro do clube, centrado em materiais desportivos do próprio Cruzeiro.

Léo Portela contou que viu “muita coisa errada” nos bastidores do Cruzeiro e revelou que ele próprio estava a participar numa investigação de “escoamento de material desportivo, desvio de material desportivo” dentro do emblema brasileiro.

“Na investigação deste esquema, conseguimos chegar até ao líder. Nós conseguimos traçar o passo a passo do escoamento do material desportivo, do prejuízo do Cruzeiro, da máfia que existe no sentido de comercialização de material desportivo dentro do clube”, indicou o antigo responsável pelas relações institucionais e governamentais do clube.

Em entrevista ao canal Somos Gigantes, do Youtube, o deputado apontou um nome: o supervisor administrativo Benecy Queiroz.

“Tudo isto estava sob a minha responsabilidade. Quando nós encontramos ali uma ligação direta ao Benecy Queiroz, fui afastado da investigação. Vimos claramente e com toda a materialidade possível um esquema pesado de desvio, de roubo, de material desportivo, que ia até à responsabilidade do Benecy”, assegurou.

“No mínimo, haveria a chamada culpa in vigilando, que é a culpa do Benecy por ele não ter vigiado da maneira correta algo que estava sob a sua responsabilidade.

Mas, no momento em que podemos esclarecer algo que estava, no mínimo, estranho, as pessoas responsáveis não participam mais na investigação? Que coisa estranha“, acrescentou Léo Portela.

NMT, ZAP //

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