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Já há preparativos para a aproximação do asteróide Apophis em 2029

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Os cientistas já revelaram algumas das observações que vão levar a cabo durante a aproximação do asteróide Apophis à Terra, que atingirá a sua distância mais próxima do nosso planeta em meados de abril de 2029.

A 13 de abril de 2029 uma mancha perfurará o céu, tornando-se mais brilhante e mais rápida. Será o asteróide 99942 Apophis, vulgarmente conhecimento como Deus do Caos, a aproximar-se da Terra, conta a agência espanhola Europa Press.

Este corpo rochoso de enormes dimensões (340 metros de largura) passará muito “perto” da Terra, ficando no ponto máximo da sua aproximação a 31 mil quilómetros do nosso planeta. Nesse momento, o Apophis estará mais perto do que alguns satélites, que chegam a estacionar em órbitas a 36 mil km de altitude.

Apesar de este corpo passar a uma distância considerada curta a nível astronómico, a probabilidade de o Apophis impactar com a Terra é quase nula: menos de 1 em 100.000.

Na habitual Conferência de Defesa Planetária de 2019, que decorreu em Maryland, nos Estados Unidos, vários cientistas discutiram planos de observação para este evento celestial que está ainda a uma década de distância.

“A aproximação de Apophis em 2029 será uma incrível oportunidade para a Ciência”, disse Marina Brozovic, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. “Observaremos este asteróide com telescópios óticos e de radar. Com observações de radar, poderemos conseguir ver com detalhe a sua superfície a alguns metros de distância”.

O asteróide, que se verá sob a forma de um ponto de luz em movimento, começará a ser visível a olho nu no céu noturno sobre o hemisfério sul, sobrevoando a Terra da costa leste até à costa oeste da Austrália. Depois, atravessará o Oceano Índico e, mais tarde, cruzará o equador, movendo-se ainda para oeste, sobre África.

No seu ponto mais próximo da Terra, por volta das 12 horas em Lisboa, o Apophis estará sobre o Oceano Atlântico, atravessando-o em apenas uma hora.

Boa “janela” para a Ciência

Desde que foi descoberto, em junho de 2004, vários telescópios têm acompanhado este asteróide enquanto este continua a sua órbita em torno do Sol.

Os cientistas conhecem bem a sua trajetória futura deste corpo, mas o ano de 2029 será o ano das grandes observações. Com a aproximação deste corpo, os cientistas esperam descobrir mais sobre a sua forma, composição e até sobre o seu interior.

“Já sabemos que um encontro próximo com a Terra mudará a órbita de Apophis, mas os nossos modelos mostram também que o foco próximo pode mudar a forma como es asteróide gira, e pode haver algumas mudanças na superfície, como pequenas avalanches”. disse Davide Farnocchia, astrónomo do CNEOS, o Centro de Estudos de Objetos Próximos da Terra do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA.

“O Apophis é um representante de aproximadamente 2.000 asteróides potencialmente perigosos atualmente conhecidos”, completou Paul Chodas, diretor do CNEOS.

“Ao observar Apophis durante seu sobrevoo em 2029, obteremos informações científicas importantes que poderão um dia ser usadas para a defesa planetária”.

Apesar de ser muito pouco provável que um asteróide venha a colidir com a Terra nos próximos anos, as agências espaciais têm reunido esforços para melhorar os programas destinados para o acompanhamento e desvio destes corpos em rota de colisão com a Terra.

ZAP //

4 Comments

  1. “Este corpo rochoso de enormes dimensões (340 metros de largura) passará muito “perto” da Terra, ficando no ponto máximo da sua aproximação a 31.000 quilómetros do nosso planeta – estará mais perto do que qualquer nave espacial já esteve.”. De que naves falam? de ETs? É que todas as outras que se conhecem estiveram, sem exceção, mais perto que isso.

  2. Nesta página está escrito: “a aproximação do asteróide Apophis à Terra, que atingirá a sua distância mais próxima do nosso planeta em meados de abril de 2029.”, um pouco mais abaixo, lê-se: “A aproximação de Apophis em 2019 será uma incrível oportunidade para a Ciência”, parece-me que é uma gafe. Mas não ficamos por aqui, porque se escreve o seguinte: “probabilidade de o Apophis impactar com a Terra é quase nula: menos de 1 em 100.000.” Também neste caso, um pouco mais à frente se diz: “Apesar de ser muito pouco provável que um asteróide venha a colidir com a Terra nos próximos anos – a probabilidade é de 1 em 300.000, segundo a NASA.” Bem, espero que não me levem a mal por expor estas minhas dúvidas.
    Obrigado, L. M..

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