50 sobreviventes do Holocausto marcam presença esta segunda-feira em Auschwitz. As portas abriram-se para 7 mil prisioneiros há 8 décadas, celebradas num momento em que o antissemitismo aumenta cada vez mais.
O Rei britânico Carlos III, o chanceler alemão Olaf Scholz, o presidente francês Emmanuel Macron e até o ministro da educação israelita, Yoav Kisch, deverá marcar presença esta segunda feira em Auschwitz-Birkenau, lugar que já foi o maior campo de concentração nazi durante a Segunda Guerra Mundial.
Foram, na verdade, soldados do 60º Exército da Primeira Frente Ucraniana que abriram os portões do campo de concentração de Auschwitz no dia 27 de janeiro de 1945.
Segundo conta a associação do campo de concentração, agora convertido em museu, mais de 230 soldados soviéticos morreram em combate enquanto libertavam o Campo Principal, Birkenau, Monowitz e a cidade de Oświęcim.
Ainda que a libertação destes campos se deva à antiga URSS, este ano a Rússia não vai marcar presença no evento.O diretor do museu, Piotr Cywiński, diz ao The Guardian que a presença de Putin seria “inconcebível“, uma vez que, após a invasão da Ucrânia, “um país que não compreende o valor da liberdade tenha algo a fazer numa cerimónia dedicada à libertação” de Auschwitz.
Cerca de 1,1 milhões de pessoas foram assassinadas no campo de concentração de 1940 a 1945, muitas delas judeus, mas também outras vítimas do Terceiro Reich, incluindo polacos, ciganos e prisioneiros de guerra soviéticos, lembra a CNN.
No evento de celebração da libertação do campo de concentração, não haverá discursos políticos, mas os 50 sobreviventes de Auschwitz ainda vivos, que estiveram presos quando eram crianças, foram convidados a intervir.
Hoje é também o Dia Internacional da Memória do Holocausto, e “nada será fácil no regresso“, diz à CNN o sobrevivente Michael Bornstein, que passou 7 meses, em criança, no campo de concentração.
Desde 2023, as organizações internacionais têm registado um aumento de mais de 400% do antissemitismo à escala mundial, de acordo com um inquérito da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA).
76% dos judeus também inquiridos garantem esconder a sua identidade judaica pelo menos ocasionalmente. “A Europa está a assistir a uma onda de antissemitismo, em parte motivada pelo conflito no Médio Oriente. Esta situação limita gravemente a possibilidade de os judeus viverem em segurança e com dignidade”, afirmou Sirpa Rautio, diretora da FRA.
Um inquérito recente realizado em oito países (EUA, Reino Unido, França, Áustria, Alemanha, Polónia, Hungria e Roménia) revelou que a maioria dos inquiridos, com exceção da Roménia, acredita que algo como o Holocausto pode voltar a acontecer.
Convinha que Israel respeitasse o povo palestiniano e lhe reconhecesse alguns direitos e assim o antissemitismo talvez não crescesse tanto.
Todo o povo tem direito a existir a tem direito a um lugar.
O Hamas é um grupo terrorista que a Autoridade Palestiniana colocou/aceitou na Faixa de Gaza. Que seja essa Autoridade a governar a Faixa de Gaza, não os terroristas. Esta deveria ser uma das principais condições dos acordos futuros.