A partir de hoje, 37 novos radares vão estar em funcionamento, nas estradas portuguesas. 12 deles medirão a velocidade média.
São 37 os novos radares que entram em funcionamento esta sexta-feira, em todo o país, juntando-se, assim, aos 61 já existentes.
Os radares foram colocados em lugares “onde há sinistralidade e o excesso de velocidade é relevante”, explicou há duas semanas a vice-presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, Ana Tomaz.
“Nos locais onde vão ser instalados os radares, 115 pessoas perderam a vida nos últimos cinco anos”, lamentou a dirigente.
Em 12 desses locais de controlo da velocidade (LCV), pela primeira vez, vai ser medida a velocidade média.
“Os sinais já estão nos locais. Houve até alguns que foram destapados e os radares ainda não estavam ativos. Tivemos um presidente de uma junta de freguesia que nos disse que o sinal já estava a ajudar a diminuir a velocidade numa estrada”, revelou Ana Tomaz.
Os radares de velocidade média – que calculam o tempo que o veículo demorou a percorrer dois pontos – têm uma sinalética própria: o sinal de trânsito H42.
As multas para quem infringir o limite de velocidade nestas zonas vão dos 60 aos 2500 euros, dependendo dos limites e excesso de velocidade a que seguia.
Onde estão os radares
Os radares que controlam a velocidade média foram instalados nos seguintes locais:
- A1: Santarém e Mealhada
- A3: Braga e Trofa
- A25: Águeda
- A42: Paços de Ferreira
- EN10: Montijo e Vila Franca de Xira
- EN109: Figueira da Foz
- EN211: Marco de Canaveses
- IC2: Loures
- IC19: Sintra
Nos restantes locais, medir-se-á a velocidade instantânea:
- A1: Vila Nova de Gaia
- A2: Concelho de Albufeira
- A44: Vila Nova de Gaia
- A7: Guimarães
- EN101: Guimarães
- EN103: Barcelos
- EN105: Santo Tirso
- EN119: Benavente
- EN125-10: Faro
- EN14: Maia
- EN18: Belmonte
- EN206: Fafe
- EN234: Nelas
- EN251: Coruche
- EN252: Palmela
- EN260: Beja
- EN5: Montijo
- IC17: Loures
- IC2: Coimbra e Águeda
- IP7: Lisboa
Receita mais alta dos últimos 8 anos
Brevemente, instalar-se-ão ainda 25 novos LCV, que vão andar pelo país, sem os condutores saberem quando os equipamentos estão ou não ativos. No total, serão implementados 62 novos radares, dos quais 39 serão móveis.
Parece não ser suficiente. Em declarações à TSF, há duas semanas José Miguel Trigoso, presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, disse que Portugal continua a ter um défice de radares.
“Quando vejo o número de radares que nós temos e comparo, por exemplo, com outros países de dimensão semelhante à nossa, nós continuamos a ter um défice de radares e um défice de processos levantados. Acho que o normal será a continuação da expansão do controlo de velocidade através de radares”, sustentou.
O excesso de velocidade representa mais de metade das infrações rodoviárias no país — 59,2% em 2022.
Esta ano, diz o JN, o Governo estima receber o valor mais alto da última década em receita com as infrações ao Código Estrada.
Os cofres estatais receberam, numa década, 834 milhões de euros em multas do Código da Estrada. A receita não tem sido constante, com 2015 e 2019 a registarem os melhores resultados e 2022 a ficar muito aquém do esperado. No primeiro semestre deste ano, foram amealhados quase 47 milhões de euros.