Guterres pede “suspensão imediata” das “atividades de guerra” em Ghouta Oriental

Mohammed Badra / EPA

António Guterres, pediu esta quinta-feira a “suspensão imediata” de “todas as atividades de guerra” em Ghouta Oriental, o último grande bastião da oposição síria nos arredores de Damasco.

O secretário-geral das Nações Unidas declarou que esta “é uma tragédia humana que está a desenvolver-se diante dos nossos olhos e penso que não podemos deixar as coisas prosseguir desta forma horrível”.

Diante do Conselho de Segurança da ONU, que tenta negociar há já vários dias uma possível resolução para decretar uma trégua humanitária, António Guterres afirmou estar “profundamente triste com o sofrimento da população civil em Ghouta Oriental”.

“Quatrocentas mil pessoas vivem o inferno na terra”, declarou Guterres. O secretário-geral da ONU afirmou que a suspensão da violência deve permitir que a ajuda humanitária chegue a todos aqueles que precisam, bem como a retirada de cerca de 700 pessoas que precisam de tratamento médico urgente.

Ainda nesta intervenção, o ex-primeiro-ministro português saudou os esforços desenvolvidos pelo Kuwait e pela Suécia, que estão a elaborar o projeto de resolução para uma possível trégua humanitária na Síria durante um período de 30 dias.

O Conselho de Segurança da ONU vai votar esta semana, provavelmente ainda esta quinta-feira, uma proposta de resolução para decretar uma trégua de 30 dias na Síria.

Os aviões do regime de Damasco bombardearam esta quarta-feira, e pelo quarto dia consecutivo, a zona de Ghouta Oriental, o último grande bastião da oposição ao Presidente sírio, Bashar al-Assad, perto da capital síria. A atual ofensiva das forças do regime sírio nesta zona já começou, no entanto, a 5 de fevereiro.

Novos bombardeamentos contra Ghouta fazem 13 mortos

Esta quinta-feira, pelo menos 13 civis morreram na sequência de bombardeamentos das forças governamentais sírias contra Ghouta oriental, no dia em que a chanceler alemã instou a Rússia e o Irão a usar toda a influência para evitar o “massacre”.

“Pelo menos 13 pessoas morreram em Douma, entre as quais três crianças”, refere a organização não-governamental.

Angela Merkel, instou esta quinta-feira a Rússia e o Irão a usar toda a influência para evitar o “massacre” que o regime está a levar a cabo em Ghouta, bastião rebelde nos arredores de Damasco.

“A luta de regime que não é contra os terroristas, mas sim contra a sua própria população… A morte de crianças, a destruição de hospitais… Tudo isto é um massacre que tem de ser condenado”, afirmou a chanceler numa declaração dirigida ao Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão).

A mensagem de Merkel foi enviada antes do início da reunião informal do Conselho Europeu, que decorre hoje em Bruxelas. Merkel pretende que a União Europeia desenvolva uma política externa comum “mais definida” e proativa, capaz de poder desempenhar um papel mais relevante no sentido de “por fim a um massacre”.

Desde o início do ataque de artilharia morreram pelo menos 320 civis em Ghouta.

// Lusa

 

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