Funcionário foi alvo de queixa por responder em francês em vez de neerlandês e Comissão Permanente de Controlo Linguístico da Bélgica deu razão ao cliente queixoso.
Que sirva de exemplo para todos os estabelecimentos em Portugal onde já se travam “batalhas” linguísticas, com empregados a partir do princípio que o cliente é turista e que, portanto, não fala português: a Bélgica já entrou na guerra do “bonjour”.
As guerras começam com pequenos acontecimentos fulcrais, e o The New York Times dá esta sexta-feira conta de uma disputa linguística num comboio belga que reacendeu o velho debate sobre multilinguismo num país onde se falam, oficialmente, três línguas.
Uma simples saudação no transporte desencadeou uma polémica nacional sobre as complexas regras linguísticas do país. Durante uma manhã de hora de ponta em Vilvoorde, na região flamenga da Bélgica, o revisor cumprimentou os passageiros com um cordial “goeiemorgen, bonjour”, numa junção de neerlandês e francês — algo habitual num país com três línguas oficiais: neerlandês, francês e alemão.
A saudação foi o suficiente para irritar um passageiro flamengo, que considerou inapropriado o uso do francês naquela zona de língua oficial neerlandesa.”Você tem de falar em neerlandês”, disse, e apresentou mais tarde uma queixa à Comissão Permanente de Controlo Linguístico da Bélgica.
Cinco meses depois, em março, a comissão deu razão ao passageiro, considerando a queixa “fundada”. Citando a legislação administrativa em vigor, afirmou que os funcionários devem usar exclusivamente a língua oficial da região — neste caso, o neerlandês — ao interagirem com o público, a não ser que saibam à partida que o interlocutor fala outra das línguas oficiais.
O revisor não se deixou ficar: está a vender canecas por 13 euros com as palavras “goeiendag” e “bonjour” ao lado da bandeira belga. “Não podemos ser mais abertos?”, questiona.
O caso ocorreu a poucos minutos de distância de Bruxelas, uma região oficialmente bilingue (francês e neerlandês) onde a convivência entre idiomas é comum.
Recorde-se que o norte do país, Flandres, tem cerca de 6,8 milhões de habitantes neerlandófonos e rigorosas leis linguísticas. A sul, a Valónia, é francófona, com cerca de 3,7 milhões de habitantes. Existe ainda uma minoria germanófona de cerca de 80 mil pessoas no leste do país.
É por isso que tantos os fraceses, como os holandeses, partem o coco a rir com “piadas belgas”
Este é mais um exemplo da postura supremacista de certos Flamengos. A região de Vilvoorde é adjacente a Bruxelas, ou seja muitos dos habitantes são bilingues e a probabilidade de existirem muitos francófonos no comboio mais do justificava o uso conjunto das línguas (o que aliás foi o que o revisor fez). Acontece que alguns flamengos desejam a exclusividade, tornando a sua língua exclusiva mesmo quando todos os outros em volta são francófonos. Isto é um dos cominhos da fascização e a tentativa de destruir o país.
A extrema direita fascista não perde uma oportunidade de se vitimizar e criar uma polémica. Coitadinho do nacionalista num país de 3 línguas que levou a mal ser cumprimentado em 2 delas. Se fosse masé trabalhar. Pessoas ruins!
O que é que a “extrema direita” ou ou extremismo politico qualquer tem a ver com isto?
Que parvoíce pegada! Por mim, entrava muda e saía calada, que é o que muitos/as já fazem – ao menos assim já não há queixas ou então esperar que os passageiros falem e responder consoante o caso! 🙂