Os grilos conseguem prever a temperatura

Antes dos satélites para previsão meteorológica e aplicações de ‘smartphones’, as pessoas aprenderam a prever o tempo de formas únicas: desde métodos ainda hoje utilizados – como a observação das nuvens – até contos de mulheres idosas sobre gatos que limpavam os ouvidos antes da chuva.

Um desses indicadores que tem sido utilizado para prever a temperatura no exterior tem sido a contagem do número de sons emitidos pelos grilos faz num determinado período de tempo, método que funciona com uma precisão surpreendente, segundo um artigo do Grunge.

De acordo com a Biblioteca do Congresso, a frequência dos sons emitidos varia dependendo da temperatura. Para a calcular, basta contar o número de sons que um grilo faz no espaço de 15 segundos e depois adicionar o número 37. Isto resultará numa estimativa aproximada da temperatura no exterior em Fahrenheit.

Segundo o Almanac, isto funciona porque os grilos emitem mais sons, e em espaços de tempo mais curtos, quando está mais quente. Este método é aparentemente tão preciso que a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dispõe de um conversor de sons de grilos para facilitar a estimativa da temperatura.

A razão pela qual os grilos são utilizados para estimar a temperatura deve-se ao facto de terem o sangue frio. Estes animais não conseguem regular a temperatura corporal, necessitando de estar atentos à temperatura ambiente, uma vez que não toleram temperaturas extremas – coisa que os animais de sangue quente conseguem fazer.

As reações químicas que potenciam as funções corporais em todos os animais abrandam quando está demasiado frio, levando a que os animais de sangue frio – que não são capazes de se manterem quentes – se tornem mais lentos, como explicou a Sociedade Americana de Química.

As temperaturas mais frias impedem os grilos e outros animais de sangue frio de serem tão ativos. Isto faz com que o número de ruído que um grilo faz diminua no tempo frio e aumente com no tempo quente. Os ruídos aumentam naturalmente quando o tempo aquece.

Devido à pouco tolerância, os grilos e outros animais de sangue frio tendem a viver em climas mais quentes. Caso estejam num ambiente demasiado frio, podem ficar completamente inativos. Tanto as tartarugas como os sapos enterram-se na lama, hibernando no inverno.

Não se ouvirá o som de grilos a temperaturas inferiores a 55 graus Fahrenheit (12 graus Celsius) ou superiores a 100 graus Fahrenheit (cerca de 7,7 graus Celsius), revelou o Departamento de Entomologia da Universidade de Nebraska.

Os grilos não só se tornam inativos em baixas temperaturas, como podem ficar sobreaquecidos em tempo quente. Isto coloca limites à sua utilização para determinar temperaturas extremas.

ZAP //

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