Grécia tem fundos para pagar ao FMI, mas Governo ainda não deu ordem para o fazer

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Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia

Alexis Tsipras, primeiro-ministro da Grécia

A Grécia dispõe de fundos suficientes para fazer frente na próxima sexta-feira ao pagamento de 305 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI), mas o Governo grego ainda não deu a ordem para transferir o dinheiro.

Segundo fontes da Agência de Gestão da Dívida Pública grega (PDMA, na sigla em inglês), citadas pela EFE, tanto o dinheiro de quinta-feira como a parcela de 335 milhões de euros que vence a 12 de junho estão disponíveis, mas a decisão de fazer ou não os pagamentos “é política”.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, deixou entrever em Bruxelas que a Grécia efetuaria o pagamento. Questionado sobre se a Grécia poderia fazer frente ao pagamento ao FMI na sexta-feira, Tsipras respondeu: “Não se preocupem com isso. Já pagámos 7.500 milhões” de euros para cumprir com obrigações financeiras.

Contudo, o facto de na reunião realizada na quarta-feira com o presidente da Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, não ter saído um acordo deixa aberta a incerteza sobre o pagamento, pois dias antes diversos dirigentes do Syriza tinham assegurado que o pagamento só seria feito em caso de haver pelo menos uma perspetiva de acordo.

O porta-voz do grupo parlamentar, Nikos Filis, sublinhou de novo na quarta-feira que não poderá haver pagamento sem uma “perspetiva” de um acordo nas próximas sexta-feira ou segunda-feira.

Segundo indicam hoje vários meios locais, Tsipras prevê celebrar na sexta-feira uma nova reunião com Juncker e com o presidente do Eurogrupo, Geroen Dijsselbloem, numa nova tentativa de desbloquear o resgate de 7.200 milhões, sem o qual a médio prazo a Grécia não poderá continuar a cumprir os seus compromissos internacionais.

No total, a Grécia deve pagar em junho 1.600 milhões de euros ao FMI: a primeira parcela na sexta-feira, a segunda no dia 12 de junho, a terceira a 16 de junho e a última a 19 de junho. A estes pagamentos ao FMI, juntam-se 2.800 milhões de euros de gastos correntes mensais, dos quais cerca de 680 milhões de euros deverão ser pagos em salários a funcionários a 12 de junho.

Depois da reunião de quarta-feira, Tsipras sublinhou que nos termos apresentados pelos sócios não existia base suficiente para chegar a um acordo, mas mostrou-se otimista em relação à conclusão de um compromisso nos próximos dias.

/Lusa

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