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Grávida teve bebé no passeio. Ministério da Saúde admite erro humano

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Tiago Petinga / Lusa

Uma averiguação preliminar dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) apurou que um “erro humano” levou a que a chamada de socorro da grávida de 28 anos que teve o parto na rua não fosse encaminhada para o INEM.

Uma grávida deu à luz no meio da rua, esta segunda-feira de manhã, no Carregado, depois de lhe ter sido negada uma ambulância pelo SNS 24.

Soraia, que estava grávida de 40 semanas e cinco dias, ligou para a linha de apoio do Serviço Nacional de Saúde quando começou a sentir as contrações, mas em vez de enviarem uma ambulância, pediram-lhe para ir de carro.

Segundo o Correio da Manhã, trata-se de uma gravidez de risco, uma vez que a mulher não tem um rim.

Ao CM, a mãe de Soraia conta que, após a recomendação da linha SNS 24, decidiu ligar ao 122: “Telefonei a pedir ajuda, mas demoraram imenso tempo a atender. Falaram em inglês, eu já não estava a perceber nada”, disse Isabel Moreira.

O parto acabou por ser feito no meio do passeio, com a ajuda dos pais da grávida, e só depois é que apareceu uma ambulância. Mas – conta o Correio da Manhã -, para azar da mulher, a primeira ambulância a chegar ao local, já depois de ter nascido o bebé, tinha o pneu furado.

Já numa segunda ambulância, a mãe e a bebé foram encaminhadas para o Hospital de Santarém.

Ministério da Saúde assume erro humano

“De acordo com averiguação preliminar solicitada pela SPMS ao operador privado da Linha SNS 24, existiu um erro humano na aplicação do algoritmo de triagem e no encaminhamento, levando a que a chamada não tivesse sido transferida para o INEM – Instituto Nacional de Emergência Médica”, lê-se na nota de imprensa da SPMS, divulgada esta terça-feira.

Segundo o comunicado, foi solicitada a averiguação ao operador privado da Linha SNS 24 – a Altice – para “aferir o sucedido” na chamada no caso da grávida do Carregado, que acabou por ter o bebé na rua, antes de uma ambulância ter chegado ao local.

A chamada feita para a linha dedicada SNS Grávida, às 10h16 de 11 de agosto “foi atendida, por um enfermeiro, no espaço de 17 segundos”, acrescentando o comunicado que “o processo de triagem durou cerca de quatro minutos”, que resultou no encaminhamento para o Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, “o prestador de saúde disponível no sistema de informação”.

Segundo a SPMS, a chamada deveria ter sido reencaminhada para o INEM.

Contactada pela Lusa, a SPMS disse não poder prestar mais esclarecimentos adicionais às informações avançadas no comunicado sobre o caso, referindo que a averiguação prossegue e que ainda não foram ouvidas todas as pessoas envolvidas.

A ministra da Saúde solicitou à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) a abertura de um processo de inquérito a este caso.

Números apresentados pelo Correio da Manhã, indicam que, desde o início do ano já nasceram 48 bebés em ambulâncias dos bombeiros, com o apoio e a ajuda dos voluntários, face aos encerramentos constantes das urgências hospitalares dos serviços de Ginecologia e Obstetrícia.

ZAP // Lusa

13 Comments

  1. Vota PSD. Se bem me lembro, a Saude; foi uma das maiores “bandeiras” politicas do elitista da Spinumviva. Piorou… mas a olhos vistos!!!! Impressionante como o povo cai nestas coisas. Depois admiram-se que o Chega continue a subir. Vota PSD.

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    • O problema é que os incompetentes e irresponsáveis não estão só no governo. Também abundam no SNS, na saúde, na educação, etc. Quando se faz uma greve no SNS quem é que se está a prejudicar? Não é o governo, é o cidadão comum, os doentes, as pessoas em risco de vida. Quando se está a fazer uma greve na saúde (médicos enfermeiros etc) quem é que se está a prejudicar? Não é o governo, são os doentes. Quando se faz uma greve na educação (professores pessoal auxiliar etc) que é que se está a prejudicar? Não é o governo, são os alunos.

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      • Quando aparece uma bronca como esta, ou outras que têm acontecido, faz-se uma averiguaçãozinha ou um inquéritozinho (que não dão em nada, claro), ‘et voilá’ , ficamos prontos para a próxima.

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  2. Isto não é de agora. Há bebés que nasceram/ nascem em praias, carros, estradas, ambulâncias, casas, jardins/pátios, etc… Porquê atribuir culpa aos ministérios? A rapariga estava grávida de 40 semanas e 5 dias, com parto iminente. Poderia ter acontecido noutro sítio qualquer. Não politizem isto!
    Há uns anos, estava grávida de 40 semanas e 2 dias, e fui para o centro comercial. A bebé só nasceu no dia seguinte, em casa (com parteira), mas o parto poderia ter acontecido nesse lugar. Cresçam! Não vejam problemas em tudo!

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    • Afinal, parece que vivemos no país do arco-íris. É só florzinhas a brotar e passarinhos a chilrear (quando não caem assados pelos incêndios) . Obrigado por me abrir os olhos. Eu estava tão errado que até disse atrás que vivemos num país do terceiro mundo. Que enganado que eu estava. Mea culpa. Se acha que é normal uma mulher ter um filho no passeio, sugiro que mude de continente.

      • Portugal tem uma das mais baixas taxas de mortalidade materna do mundo. Mas pronto, um parto no passeio e já estamos “pior que a Síria”. Vou já trocar a minha casa por um camelo e treinar para atravessar o deserto.

        Isto não é análise, é histeria com bandeira política esquerdoide. Um caso isolado não apaga milhares de partos seguros. Mais de 99% acontecem em hospitais. Comparar isto a um país falhado é tão lógico como ver um pneu furado e dizer que todos os carros são lixo.
        A verdade é simples: o SNS tem falhas, mas está entre os melhores do mundo em vários indicadores. Se achas que isto é “terceiro mundo”, não sabes o que é o terceiro mundo…
        O teu paleio barato não é crítica construtiva, é ignorância ruidosa. Despreza conquistas, insulta profissionais e reduz um país inteiro a um estereótipo preguiçoso. O problema não é Portugal. É a tua necessidade de drama para espaireceres da tua azia forte. Desejo-te as melhoras.

      • A visão de que Portugal é “terceiro mundo” é simplista, ignorante e arrogante. Apaga décadas de avanços, desvaloriza conquistas e insulta milhões de profissionais que todos os dias mantêm este país de pé. O problema não é Portugal. O problema é a sua incapacidade de ver a realidade para lá do seu próprio preconceito ou então ainda anda com uma azia tremenda.

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