Afinal, não foi só na Rússia: “A Grande Morte” criou um novo rei da cadeia alimentar

Inostrancevia africano, a espécie que viajou mais de 11 mil quilómetros para ser o carnívoro no topo. Os outros principais predadores tinham morrido.

Primeiro, o contexto: ‘A Grande Morte‘ foi uma designação que surgiu entre a comunidade científica sobre a maior extinção em massa de sempre na Terra.

Aconteceu há cerca de 250 milhões de anos, no Permiano-Triássico, e fez desaparecer 95% da vida da Terra (daí a designação, que se adequa).

As erupções vulcânicas foram a origem. Provocaram um aquecimento global e alterações climáticas intoleráveis.

Como em todas as crises, há alguém que sai beneficiado da situação.

Nesse período, um ancestral dos mamíferos passou a ser o rei da cadeia alimentar.

O Inostrancevia, um predador com dentes de sabre, aproveitou dois contextos: muitas espécies lutavam para sobreviver e, claro, a maioria dos outros predadores tinha morrido.

Viveu e prosperou durante um breve período no final deste período. Mas também acabou por ser extinto, explica o Smithsonian Magazine.

Um estudo publicado na Current Biology centra-se nesta espécie, que migrou cerca de 11 mil quilómetros para chegar ao topo do ecossistema.

Este sinapsídeo, precursor dos mamíferos, está mais próximo de nós do que qualquer dinossauro ou outro réptil, descreveu no New York Times Jeanne Timmons, autora do estudo.

Inostrancevia era um sinapsídeo chamado gorgonopsia – um grupo com dentes de sabre.

Tinha aproximadamente o tamanho de um tigre, mas uma aparência semelhante a um réptil, com pele como a de um rinoceronte.

Pensava-se que só havia Inostrancevia na Rússia, mas também foram encontrados fósseis desta espécie na África do Sul.

Por isso, o nome que deram a esta descoberta: Inostrancevia africano.

Descobrir espécies semelhantes na Rússia e na África do Sul foi “inesperado e emocionante”.

Ou seja, prevê-se que estes animais tenham viajado (ao longo de anos e anos) da Rússia até, pelo menos, à África do Sul.

Este estudo não tem só impacto sobre a História. Os investigadores acreditam que esta análise pode ser útil para entender a nossa crise atual, para tentar perceber como os carnívoros vão reagir perante alterações climáticas no planeta.

ZAP //

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