As brigadas de intervenção rápida para apoiar os lares de idosos confrontados com surtos de covid-19 vão ser reforçadas, segundo uma portaria publicada esta segunda-feira.
De acordo com a portaria publicada em Diário da República, as brigadas de intervenção rápida para apoio imediato nos surtos em lares vão ser reforçadas, e também será prolongada a linha de financiamento específica para o setor social e solidário.
“É prorrogada a linha de financiamento específica para o setor social e solidário e são reforçadas as equipas de intervenção rápida para apoio imediato na contenção e estabilização de surtos da doença covid-19 em estruturas residenciais para pessoas idosas e em outras respostas residenciais similares”, pode ler-se.
Em causa está o reforço das equipas de intervenção rápida, compostas por “ajudantes de ação direta, auxiliares de serviços gerais, enfermeiros, psicólogos e médicos com capacidade de ação imediata na contenção e estabilização de surtos”, mas também a “mobilização de estudantes do Ensino Superior enquadrados em programas de capacitação” para dar respostas pontuais a situações de emergência.
Na mesma portaria lê-se ainda que “nas respostas sociais com atividades suspensas, bem como nas respostas sociais residenciais para pessoas idosas e pessoas com deficiência, mantém-se inalterada a comparticipação financeira da Segurança Social, por referência ao mês de fevereiro de 2020″.
O documento determina também a reativação e o reforço do Programa Adaptar Social +, que apoia a aquisição de equipamentos de proteção individual adequados à segurança das pessoas idosas e pessoas com deficiência.
Médicos reformados queixam-se da burocracia
Mais de uma centena de médicos, alguns reformados, escreveram uma carta à ministra da Saúde a queixarem-se das barreiras administrativas que lhes foram levantadas quando se ofereceram para ajudar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) como voluntários.
Sublinhando que o SNS “vive um dos seus períodos mais exigentes de sempre”, situação na qual “todos são precisos e ninguém é dispensável”, os médicos dizem-se dispostos a ajudar, que já se ofereceram, mas que foram levantadas barreiras administrativas ao trabalho voluntário.
Na carta, enviada também ao primeiro-ministro e ao Presidente da República e cujo primeiro signatário é o médico Gentil Martins, dizem que milhares responderam ao desafio lançado pelo bastonário da Ordem dos Médicos, que “a lista foi enviada ao Ministério da Saúde” e que “nada aconteceu ou foi colocado um conjunto de barreiras administrativas inexplicáveis, entre as quais a recusa de trabalho voluntário“.
“Somos um conjunto de médicos, alguns reformados, mas ativos. Queremos ajudar e declaramo-nos presentes”, afirmam, sublinhando que os médicos “têm estado nas primeiras linhas do combate à covid-19”, assegurando não só a frente de batalha, mas também “garantindo o apoio a todos os doentes não covid”.
“Mas somos poucos para tanto que está a atingir a nossa saúde e o nosso SNS”, lamentam os clínicos, dizendo que mantêm a “vontade de participar ativamente no combate à pandemia”, “na educação para a saúde das populações”, “nos inquéritos epidemiológicos”, “no trace covid”, “no apoio à vacinação” e “nos hospitais de campanha”.
Na carta, os médicos consideram incompreensível não terem sido chamados a participar “quando os hospitais e centros de saúde começam a claudicar por cansaço” e a “saúde pública todos os dias alerta para a falta de recursos”.
“Estamos aqui e queremos ajudar neste combate. Lutando com toda a nossa energia e materializando tudo aquilo que afirmámos no nosso Juramento de Hipócrates”, afirmam, pedindo aos governantes que assumam que é necessário o esforço de todos e que “o ‘exército’ pode ser reforçado”.
“Os portugueses não entenderão que se continue a não aceitar a nossa presença e que a nossa participação seja dificultada por burocracias inexplicáveis”, consideram, pedindo que a sua ajuda seja considerada como voluntária.
E concluem: “É com esse estatuto que nós desejamos organizar e participar nesta luta. Aguardamos saber onde somos precisos e onde nos devemos apresentar.”
ZAP // Lusa