Miguel Albuquerque vai renunciar

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Presidente do Governo Regional da Madeira em reunião para encontrar sucessor. Marcelo será decisivo no processo.

Miguel Albuquerque vai deixar de ser presidente do Governo Regional da Madeira.

O jornal Correio da Manhã cita fonte da Aliança Democrática (PSD e CDS apresentaram candidatura em coligação, nas eleições de Setembro).

Essa fonte indicou que o ainda presidente vai estar em reunião com a Comissão Política para ser encontrado o seu sucessor.

Marcelo Rebelo de Sousa vai ter, como seria lógico, um papel decisivo neste processo.

Segundo o jornal Expresso, o presidente da República aceita um novo Governo Regional liderado por outra pessoa do PSD – mas com uma condição: o sucessor interno de Miguel Albuquerque não pode ter desempenhado funções executivas nos últimos anos.

PAN também influencia

O novo Governo, para ter maioria absoluta, terá de conseguir a aprovação do PAN.

Depois das eleições de Setembro passado, o Governo só foi apresentado após a assinatura de um acordo pós-eleitoral entre PSD (de Miguel Albuquerque), CDS e PAN, que assim formam maioria absoluta no Parlamento madeirense.

Mas com as investigações do Ministério Público a decorrer, e com as várias suspeitas que recaem sobre o ainda presidente do Governo Regional, o PAN/Madeira já avisou que sairia do Executivo se Albuquerque continuasse.

Em comunicado, o PAN informa que está disponível para continuar a viabilizar o acordo de incidência parlamentar com o PSD/Madeira – mas, para isso, Miguel Albuquerque tem de sair.

O líder actual “não tem condições para se manter” como presidente do Governo Regional, lê-se no comunicado publicado nesta quinta-feira.

Agora o PAN esperará pelo novo líder para apresentar a sua decisão.

Moções de censura

O PS e o Chega tinham anunciado que iriam apresentar moções de censura ao actual Governo Regional.

Pouco depois, a SIC Notícias informou que o Chega vai apresentar uma moção de censura ao Governo Regional da Madeira sob o lema “Tolerância zero com a corrupção”.

Ainda ontem, quinta-feira, já ao final da noite o líder do PS/Madeira, Paulo Cafôfo, anunciou à agência Lusa que os socialistas também vão apresentar uma moção de censura ao Governo. “A cegueira de Miguel Albuquerque pelo poder está a sobrepor-se a qualquer valor de decência democrática”, comentou Cafôfo.

“Ser suspeito não é nada”

Entretanto, Miguel Albuquerque continuava a sua rotina. Ontem esteve nas Conferências Atlânticas, em Câmara de Lobos, e falou com os jornalistas no final.

Anunciou que vai pedir o levantamento da imunidade – tendo imunidade, só pode ser detido com autorização da assembleia regional e do Conselho de Estado. Neste caso o político até tem dupla imunidade: é presidente do Governo Regional da Madeira e conselheiro de Estado.

O presidente do Governo madeirense repetiu nessa altura que não se demite e disse que não tem “nenhum problema por ser arguido. Sou arguido, mas não me demito“, reforçou.

Miguel Albuquerque não compara este caso com a Operação Influencer, que ditou a demissão do primeiro-ministro António Costa (que não é arguido).

O líder do PSD/Madeira afirmou que “ser suspeito não é nada“. E sublinhou que “os políticos não têm os direitos diminuídos por serem políticos”.

“Vamos aguardar que o processo corra, que sejam as coisas organizadas. À medida que o processo e o tempo da justiça for correndo, nós vamos exercer a nossa defesa e esclarecer tudo o que é preciso esclarecer no processo”, acrescentou.

(artigo actualizado às 13h19)

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

3 Comments

  1. Tanta corrupção naquela ilha!
    Tantas evidências, durante tantos anos!
    Chegou tarde o momento, mas finalmente chegou.
    Como em tudo na vida, o tempo é mestre.

    … E diz o “chefe” que quer ficar…. para defender a honra!
    Quiquei????!!!!
    Vai alto o papagaio… e sem vertigens!

  2. Assino por baixo. Mas o PR é umas desilusão, não tem coragem para tomar a única decisão decente!, demiti-lo. Até porque aquele bandalho também é Conselho de Estado e o PR deveria ser o primeiro a tomar medidas.

    Estou completamente desiludida. Não acredito em nenhum partido, são todos uns corruptos.

  3. Concordo que os corruptos devem todos responder. No entanto nem todos os negócios são suscetíveis de corrupção, a comunicação social deve fazer um compasso, analizar e só depois afirmar. É muito estranho que em época de eleições as notícias bomba apareçam para desgraça do povo. Dia 31 de janeiro irá haver mais um escandalo, e a pergunta é: foi para isto que o governo PS deu 900€ à PJ. Como Portugal está a ser visto no resto do mundo? É esta a estratégia que portugal quer para os seus no futuro? Ou é a confirmação de que todos os políticos são isto.

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