Entre IRS e professores, Governo decidiu rapidamente

Luís Sottomaior Braga / Facebook

Escolher entre 6 milhões ou 100 mil: IRS para a classe média foi aliviada, devolução do tempo de serviço adiada. Mas o custo é o mesmo.

Os professores que “sonhavam” com a devolução do tempo de serviço no Orçamento de Estado para o próximo ano ficaram desiludidos.

Os docentes – e outros funcionários públicos – querem o descongelamento dos já famosos seis anos e seis meses de serviço. Uma medida que já vem dos tempos da troika.

Mas, entre devolver esse tempo de serviço e apostar no alívio do IRS para a classe média, o Governo decidiu rapidamente: IRS.

Fonte do Ministério das Finanças, envolvida na elaboração da proposta de Orçamento de Estado, disse ao Dinheiro Vivo que o Governo teve poucas ou nenhumas dúvidas em deixar de lado os professores.

Em números também há poucas dúvidas: o IRS deve afectar cerca de 6 milhões de portugueses, enquanto há 100 mil professores a reclamar descongelamento.

Além disso, defende o Executivo socialista, entre as pessoas da classe média que vão ter diminuição do IRS, estão muitos professores.

Aliviar o IRS é uma medida mais abrangente e mais popular, chegando a muitas mais pessoas.

Contas

António Costa disse, há uns meses: “Se quiséssemos dar a todas as outras carreiras o equivalente aos seis anos, seis meses e 23 dias que os professores reivindicam, isso tinha um custo para o país de 1.3 mil milhões de euros de despesa permanente”.

A descida do IRS para a classe média custa praticamente o mesmo: pode gerar uma despesa fiscal de aproximadamente 1.327 mil milhões de euros.